
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores de uma equipe internacional composta por físicos da Alemanha, Finlândia, Índia e Japão anunciaram a descoberta de um novo isótopo do elemento químico sintético seaborgium, denominado seaborgium-257.
Contexto da descoberta
O seaborgium (Sg), elemento com número atômico 106, foi sintetizado pela primeira vez em 1974 e possui atualmente 14 isótopos conhecidos. O isótopo mais estável, seaborgium-271, apresenta uma meia-vida de aproximadamente 2,4 minutos. A recém-descoberta variante, seaborgium-257, caracteriza-se por decair através de fissão espontânea e emissão de partículas alfa, com uma meia-vida de apenas 12,6 milissegundos.
Métodos e resultados
Para a produção do isótopo seaborgium-257, a equipe utilizou um feixe intenso de cromo-52 do acelerador linear GSI/FAIR, conhecido como UNILAC, que colidiu com alvos de chumbo-206 de alta qualidade. Os pesquisadores empregaram um sistema de detecção altamente eficiente, o TASCA (TransActinide Separator and Chemistry Apparatus), onde observaram um total de 22 decaimentos do seaborgium-257.
“Nossos achados sobre o seaborgium-257 fornecem indícios empolgantes sobre o impacto dos efeitos de shell nas propriedades de fissão dos núcleos superpesados.”
(“Our findings on seaborgium-257 provide exciting hints on the impact of shell effects on the fission properties of superheavy nuclei.”)— Pavol Mosat, Físico, GSI/FAIR
A pesquisa também irradiou um alvo de chumbo-208, onde foram encontradas evidências convincentes de um estado K-isomérico no seaborgium-259, abrindo novas possibilidades para a exploração de núcleos com vida muito curta.
Implicações e próximos passos
Os resultados permitem prever que um isótopo ainda não descoberto, possivelmente mais leve, pode experimentar fissão em um intervalo de tempo entre um nanosegundo a seis microsegundos. “O limite superior dessa faixa de meia-vida está próximo, ou até mesmo abaixo, das atuais capacidades experimentais — a menos que exista um chamado estado K-isomérico.”
(“The upper limit of this expected half-life range is near or even just below current experimental capabilities — unless a so-called K-isomeric state exists.”)
Além disso, a aquisição de um estado K-isomérico no seaborgium-259 representa um avanço significativo na possibilidade de sintetizar o isótopo seaborgium-256, caso também exista um estado K-isomérico duradouro neste núcleo.
Essas descobertas não apenas expandem nosso conhecimento sobre o seaborgium, mas também continuam a exploração da “ilha de estabilidade” dos núcleos superpesados, um campo que promete avanços em nossa compreensão da física nuclear.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)