
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos observaram um buraco negro supermassivo em uma galáxia Seyfert, localizado a cerca de 1,2 bilhões de anos-luz da Terra, consumindo massa em uma taxa tão alta que expeliu material a quase um terço da velocidade da luz.
Detalhes da missão
A descoberta foi feita por uma equipe de pesquisadores que estudaram o núcleo galáctico ativo (AGN) do buraco negro, designado PG1211+143, que possui uma massa aproximada de 40 milhões de vezes a do Sol. Utilizando o telescópio XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA), a equipe detectou um influxo de matéria equivalente à massa de dez planetas Terra, concentrado em apenas cinco semanas.
Tecnologia e objetivos
O XMM-Newton é um telescópio projetado para detectar raios X provenientes de fontes astrofísicas distantes. A equipe analisou dados que mostraram um aumento abrupto na ingestão de matéria, seguido por “expulsões” que ocorreram dias depois, indexando essa dinâmica em uma escala de temperatura que supera os vários milhões de graus. O fenômeno sugere um processo de pressão de radiação que empurra o material excedente para fora da região central do AGN, potencialmente limitando a formação de novas estrelas ao redor do buraco negro.
“Estabelecer a relação causal direta entre a intensa ingestão de matéria e a resultante expulsão oferece a fascinante perspectiva de monitorar o crescimento de um buraco negro supermassivo por meio da observação regular dos ventos relativísticos associados à acreção de nova matéria.”
(“Establishing the direct causal link between massive, transient inflow and the resulting outflow offers the fascinating prospect of watching a supermassive black hole grow by regular monitoring of the hot, relativistic winds associated with the accretion of new matter.”)— Ken Pounds, Líder da Equipe, Universidade de Leicester
Próximos passos
Os pesquisadores planejam continuar a investigar a dinâmica dos jatos e fluxos do PG1211+143, a fim de esclarecer como esses eventos influenciam a estrutura de galáxias vizinhas. A troca constante de informação e a colaboração com outras instituições científicas em observações futuras são essenciais para aprofundar a compreensão sobre os buracos negros e seus efeitos galácticos. O estudo dessas emissões poderá contribuir para um melhor entendimento acerca de como os buracos negros podem transformar ambientes propícios para a formação estelar em regiões “quiescentes”.
A pesquisa foi publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em 10 de junho.
O conhecimento alcançado a partir de tais observações contribui para o avanço da compreensão humana sobre a dinâmica do universo, desafiando as fronteiras do que sabemos sobre a evolução galáctica e a natureza dos buracos negros.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)