
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores sugerem que buracos negros supermassivos podem atuar como colisionadores de partículas naturais em sua busca pela matéria escura, após descobrirem que as condições em torno desses fenômenos são mais dinâmicas do que se imaginava, conforme publicado na revista Physical Review Letters.
Detalhes da missão
O estudo, liderado por Joseph Silk, membro da equipe de pesquisa e pesquisador da Johns Hopkins University, propõe que buracos negros supermassivos, que concentram massas milhões ou bilhões de vezes a do Sol, poderiam ser utilizados como uma alternativa para os limitados colisionadores de partículas. “Um dos grandes objetivos de colisionadores de partículas como o LHC é gerar partículas de matéria escura, mas ainda não encontramos evidências”, afirmou Silk.
Tecnologia e objetivos
A proposta investiga a dinâmica do gás que flui próximo a buracos negros, a qual declina a energia do giro do buraco negro, criando condições muito mais intensas do que se pensava. “Se buracos negros supermassivos podem gerar essas partículas por meio de colisões de prótons de alta energia, então poderíamos obter um sinal na Terra, algum partícula de alta energia passando rapidamente por nossos detectores”, explicou Silk.
O processo natural de colisão de partículas ocorrendo nos jatos de plasma emitidos por buracos negros supermassivos tem potencial para gerar partículas a energias que são inatingíveis em aceleradores terrestres, podendo oferecer dados complementares aos obtidos por instrumentos como o LHC, o colisor de partículas mais poderoso já construído.
Próximos passos
A proposta requer a colaboração de observatórios que já monitoram supernovas e erupções de buracos negros. Embora capturar essas partículas de alta energia a anos-luz de distância seja desafiador, Silk acredita que é possível obter resultados significativos. “A diferença entre um colisor e um buraco negro é que os buracos negros estão muito distantes, mas, mesmo assim, essas partículas chegarão até nós”, afirmou Silk.
Tal investigação poderia, não apenas elucidar a estrutura do universo, mas também constituir um avanço fundamental no entendimento da matéria escura, que compõe cerca de 85% de toda a matéria cósmica, mas continua elusiva e invisível.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)