
São Paulo — InkDesign News — A empresa de cartões de crédito corporativos Brex encontrou-se diante do desafio de adotar ferramentas de IA à medida que a tecnologia avança rapidamente. A startup mudou sua abordagem para o procurement de software, visando se manter competitiva.
Funcionalidades
A evolução acelerada das tecnologias de IA dificultou a adoção dessas ferramentas pelas empresas. O CTO da Brex, James Reggio, explicou que a empresa inicialmente utilizava um processo de aquisição tradicional, que não se adequava à velocidade dos novos lançamentos. Segundo ele, “o processo em si de adquirir levaria tanto tempo que as equipes que pediam a aquisição perderiam o interesse na ferramenta até o momento em que realmente conseguíssemos passar por todos os controles internos necessários”.
“No primeiro ano após o ChatGPT, quando todas essas novas ferramentas estavam surgindo, o processo em si de procurá-las se arrastava tanto que as equipes que desejavam adquiri-las perdiam o interesse na ferramenta.”
— James Reggio, CTO, Brex
Implementação
Reconhecendo essa limitação, a Brex reformulou seu processo de aquisição. A empresa desenvolveu um novo framework para acordos de processamento de dados e validações legais para a implementação de ferramentas de IA. Essa mudança permitiu um processo de avaliação mais ágil, facilitando a testagem de novas soluções.
Com a criação de um teste de “superhuman product-market-fit”, a companhia passou a dar maior autonomia aos colaboradores na decisão sobre quais ferramentas deveriam ser adotadas. O objetivo é identificar quais ferramentas oferecem valor real. “Nós focamos nas equipes que obtêm maior valor da ferramenta para determinar se ela é realmente única o suficiente para ser mantida”, completou Reggio.
ROI
A Brex agora fornece aos seus engenheiros um orçamento mensal de R$ 50 para licenciar ferramentas de software de uma lista aprovada. “Ao delegar essa autoridade de gasto para os indivíduos que realmente utilizarão essas ferramentas, eles conseguem tomar decisões mais adequadas para otimizar seus fluxos de trabalho”, destacou Reggio.
A abordagem resultou em um ambiente onde a empresa conta atualmente com mais de mil ferramentas de IA em operação, com algumas aquisições sendo descartadas ao longo do caminho. “Estamos basicamente há cerca de dois anos nessa nova era, e definitivamente cancelamos ou não renovamos entre cinco e dez grandes implementações”, acrescentou o CTO.
Em sua análise, Reggio enfatiza a importância de aceitar a complexidade do processo de adoção de novas tecnologias. Ele sugere que as empresas devem “abraçar a confusão” e aceitar que a seleção de ferramentas apropriadas será um processo irregular. “Saber que você nem sempre tomará a decisão certa logo de cara é crucial para garantir que você não fique para trás”, finalizou.
Com o mercado de tecnologia empresarial em rápida evolução, a experiência da Brex pode servir como um modelo para outras organizações que buscam se adaptar às novas realidades induzidas pela IA.
Fonte: (TechCrunch – Enterprise Tech)