
Brasília — InkDesign News — O Brasil apresenta desafios significativos em sua estrutura educacional, conforme revelado pelo relatório Education at a Glance (EaG) 2025, da OCDE. O Brasil lidera a lista dos países com a maior quantidade de estudantes por professor no ensino superior privado, com uma proporção alarmante de 62 alunos para cada docente, em contraste com a média da OCDE de 18 alunos por professor.
Contexto educacional
O ensino superior no Brasil abriga 9,9 milhões de estudantes, dos quais 79,3% estão matriculados em instituições privadas. A Educação a Distância (EaD), modalidade que tem crescido substancialmente, contribui para essa superlotação, especialmente nas instituições privadas. A autarquia responsável, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), identifica como preocupação a superlotação das turmas, causadas principalmente por matrículas em EaD, cuja maioria se encontra na rede privada.
Políticas e iniciativas
Recentemente, o Inep apresentou um novo marco regulatório que busca equilibrar essa situação. Segundo a coordenadora de Estatística Internacional Comparada do Inep, Christyne Carvalho, “isso [a superlotação] se dá pela influência do ensino a distância, que já reverbera nas políticas brasileiras, em especial no marco da educação a distância, com o qual a gente espera que sejam superados esses desafios.”
(“This [overcrowding] occurs due to the influence of distance education, which is already reflected in Brazilian policies, especially in the framework for distance education, with which we hope to overcome these challenges.”)— Christyne Carvalho, Coordenadora de Estatística Internacional Comparada, Inep
Um dos principais pontos do novo marco é que nenhum curso de bacharelado, licenciatura ou tecnologia pode ser 100% a distância, buscando garantir uma educação mais equilibrada e presencial.
Desafios e perspectivas
Além da superlotação, outra questão alarmante é o envelhecimento da profissão docente, com um aumento de 23% no número de professores com 50 anos ou mais entre 2013 e 2023, representando 33,8% dessa categoria no Brasil. Isso reflete uma quebra de interesse nas novas gerações em seguir a carreira docente, um fenômeno observado globalmente. “É um dado que é bastante instigante para que tomemos algumas ações públicas e que possamos superar esse desafio”, afirmou Carvalho.
(“It is a data that is quite challenging to prompt public actions and that we can overcome this challenge.”)— Christyne Carvalho, Coordenadora de Estatística Internacional Comparada, Inep
Com o EaG abordando a realidade educacional de 38 países da OCDE, além de nações como Argentina, China e Brasil, fica claro que o cenário educacional demanda atenção e iniciativas estruturais no longo prazo.
As expectativas são de que as novas políticas de EaD possam reverberar em melhorias significativas na superlotação e na atratividade da profissão docente, adaptando-se às demandas contemporâneas do ensino superior.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)