
Frankfurt — InkDesign News — As bolsas europeias encerraram o pregão desta terça-feira (6) sem direção unificada, afetadas pela repercussão de resultados corporativos, tensões políticas na Alemanha e incertezas sobre a política comercial dos Estados Unidos, além de dados econômicos que indicam moderação na inflação e impactos no mercado global.
Panorama econômico
O cenário global permanece volátil, com especial atenção à Europa, onde a política alemã influencia os mercados. A indecisão inicial na eleição do futuro chanceler, Friedrich Merz, do partido CDU, causou retração nos índices, mas sua posterior aprovação no segundo turno contribuiu para uma recuperação parcial. Paralelamente, a política comercial norte-americana gera dúvidas, enquanto pactos internacionais, como o acordo comercial entre Reino Unido e Índia, prometem impulsionar o comércio bilateral e o PIB dessas nações.
Indicadores e análises
O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, caiu 0,41%, fechando aos 23.249,65 pontos, refletindo a instabilidade política e a cautela dos investidores. Na primeira rodada de votação para chanceler, a bolsa chegou a recuar 2%, embora parte dessa perda tenha sido revertida após a confirmação de Merz. Em Londres, o FTSE 100 teve leve alta de 0,01%, fechando em 8.597,42 pontos; o FTSE MIB, de Milão, avançou 0,22%, para 38.560,25 pontos.
Outras praças europeias apresentaram um desempenho modesto: Lisboa teve ganho de 0,13%, com o PSI 20 em 7.008,54 pontos; Madri subiu 0,09%, com o Ibex 35 a 13.530,20 pontos; e Paris recuou 0,40%, com o CAC 40 encerrando aos 7.696,92 pontos. Dados revisados para cima indicam melhora nos índices de gerentes de compras (PMIs) do setor de serviços na zona do euro, Alemanha e Reino Unido, apesar da retração mensal em abril. O índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro também veio abaixo do esperado em base anual para março.
Impactos e previsões
“O fracasso sem precedentes de Merz em ser eleito chanceler alemão no primeiro turno sugere que ele não pode contar com o apoio total dos dois partidos que sustentam sua coalizão: sua própria CDU/CSU de centro-direita e o SPD de centro-esquerda. Isso semearia algumas dúvidas sobre sua capacidade de prosseguir com a agenda política”
(“Merz’s unprecedented failure to be elected German chancellor in the first round suggests he cannot count on full support from the two parties backing his coalition: his own center-right CDU/CSU and the center-left SPD. This would sow some doubts about his ability to proceed with the political agenda”)— Holger Schmieding, Economista-chefe do Berenberg Bank
Esse cenário político e econômico reforça a cautela entre investidores e analistas, que monitoram tanto a estabilidade da coalizão alemã quanto os desdobramentos das políticas comerciais internacionais, sobretudo entre Estados Unidos e China, com reflexos diretos no comércio global.
O acordo comercial entre Reino Unido e Índia, estimado para ampliar o comércio bilateral em 25,5 bilhões de libras esterlinas e elevar em 4,8 bilhões de libras o PIB local, representa uma iniciativa relevante para o crescimento econômico desses países no médio prazo.
Os próximos movimentos nos mercados europeus dependerão da estabilidade política alemã e das decisões comerciais globais, incluindo eventuais medidas de política monetária para conter a inflação ainda presente em diversas regiões.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)