
São Paulo — InkDesign News —
A tecnologia de mapeamento oceanográfico está se tornando um foco crucial na busca por soluções sustentáveis. A Bedrock Ocean, startup dedicada a essa missão, recentemente captou US$ 25 milhões para aprimorar suas ferramentas de mapeamento do fundo do mar, com impactos diretos em energia renovável e preservação ambiental.
Tecnologia renovável
A Bedrock Ocean desenvolveu um veículo subaquático autônomo (AUV) que pode operar por até 12 horas utilizando baterias de íon de lítio, mapeando o fundo marinho por meio de sensores de sonar e magnéticos. Tradicionalmente, o mapeamento do fundo oceânico era realizado por grandes navios que consumiam muito combustível e exigiam operadores humanos, resultando em altos custos operacionais e impactos negativos na vida marinha.
“O pote de ouro no final do arco-íris que todos têm perseguido por 20 anos é: conseguimos substituir os navios tradicionais?”
(“The pot at the end of the rainbow that everybody has been chasing for 20 years has been, can we replace traditional ships?”)— Brandon Mah, Co-fundador e CEO, Bedrock Ocean
Os AUVs da empresa, embora lançados de um navio, operam de forma independente, permitindo que dois deles cubram a mesma área que um único navio de mapeamento tradicional. Isso oferece uma alternativa mais econômica e menos prejudicial ao meio ambiente.
Redução de CO₂
Esses veículos utilizam sonar menos potente, posicionado a poucos metros do fundo do mar, mitigando assim os impactos sobre mamíferos marinhos, ao contrário das tecnologias utilizadas por embarcações maiores. Mah afirma que a frequência do sonar está fora da faixa auditiva dos animais, facilitando sua segurança durante a operação.
“Podemos confirmar que os dados têm a qualidade que almejamos, além de identificar alvos potenciais que queremos investigar mais detalhadamente em quase tempo real.”
(“We can confirm that the data is of the quality that we’re targeting, as well as identify potential targets that we want to investigate further in near real time.”)— Brandon Mah, Co-fundador e CEO, Bedrock Ocean
Estudos sugerem que essa abordagem pode acelerar a avaliação e o mapeamento do fundo marinho, contribuindo para iniciativas de energia renovável, como a construção de parques eólicos offshore, onde a precisão é crucial para evitar atrasos e ineficiências.
Casos de uso
Nos últimos meses, a empresa realizou trabalhos de mapeamento pagos para o setor de energia offshore, petróleo e gás, além de avaliações ambientais. O U.S. Navy demonstrou interesse na tecnologia, impressionado pela rapidez e capacidade dos dados fornecidos.
O AUV da Bedrock pode colocar itens no fundo do mar com uma precisão de um a dois metros, embora essa precisão não seja tão alta quanto as medições feitas por navios, que podem chegar a menos de um metro. No entanto, Mah argumenta que muitas operações podem se beneficiar dessa rapidez, mesmo com uma precisão um pouco inferior.
Com a crescente pressão por práticas mais sustentáveis e a busca por fontes de energia renováveis, inovações como as oferecidas pela Bedrock Ocean têm o potencial de redefinir não apenas a maneira como mapeamos o fundo do mar, mas também como abordamos a energia e a conservação do meio ambiente.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)