
São Paulo — InkDesign News — O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, alertou que é prematuro discutir uma alteração na taxa básica de juros, reiterando a necessidade de manter a Selic elevada para controlar a inflação, em evento realizado nesta segunda-feira (19).
Panorama econômico
O cenário econômico brasileiro enfrenta desafios significativos, com a inflação persistindo em níveis elevados. Galípolo, em sua apresentação, enfatizou que a política monetária será restritiva por um período prolongado, em resposta às flutuações econômicas do ano anterior. O Comitê de Política Monetária (Copom) não discute, atualmente, a possibilidade de redução da Selic, que está em 14,75% ao ano, um patamar visto como elevado em comparação com padrões internacionais.
Indicadores e análises
O Banco Central apontou um crescimento de 0,8% no IBC-Br, o indicador de atividade econômica, em março, acumulando um total de 1,3% no trimestre. Este resultado supera expectativas do mercado, mesmo com a alta da taxa de juros tendo se acumulado em 4,25 pontos percentuais desde setembro do ano passado. A inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou 5,48% nos últimos 12 meses, ainda acima do teto da meta de 4,5%. O compromisso do Banco Central permanece firme na busca pela meta de inflação.
Impactos e previsões
Com a Selic elevada, analistas projetam que as medidas terão efeitos na economia ainda em 2023, o que se reflete em revisões de expectativas de inflação para os próximos anos. “Dado o que aconteceu no ano passado, dado o nível de desancoragem que a gente tem das expectativas, a gente tem consciência que desta vez nós precisamos permanecer nesta taxa de juros por mais tempo num patamar restritivo”, afirmou Galípolo.
“Como você convive com a taxa de juros em um patamar que, para qualquer outro país, seria bastante restritivo? E, ainda assim, você está assistindo o nível de desemprego mais baixo da série histórica, o nível de renda mais alto da série histórica”
(“How do you live with interest rates at a level that, for any other country, would be quite restrictive? And yet, you are witnessing the lowest unemployment level in the historical series, the highest income level in the historical series.”)— Gabriel Galípolo, Presidente do Banco Central
Os impactos nas indústrias e no consumo são esperados com cautela, uma vez que a taxa de desemprego se mantém baixa e os níveis de renda apresentam crescimento. A possibilidade de uma nova recalibração nas taxas de juros dependerá da evolução da economia e das expectativas inflacionárias.
Os próximos meses serão cruciais para observar se as ações do Banco Central conseguirão equilibrar o crescimento econômico com o controle da inflação.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)