
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos aproveitaram a descoberta de uma nova classe de explosões cósmicas, conhecidas como Transientes Rápidos de Raios-X (FXTs), para aprofundar a compreensão dos processos de vida e morte estelar no distante universo.
Detalhes da missão
Os FXTs são explosões que ocorrem em galáxias situadas a bilhões de anos-luz de distância, com duração variando de segundos a horas. Recentemente, a missão Einstein Probe, um telescópio espacial com foco em raios-X, conseguiu rastrear um desses eventos, designado EP240315A, que viajou por 12 bilhões de anos até atingir a Terra. Essa detecção marca um avanço significativo, visto que apenas um pequeno número de FXTs havia sido identificado anteriormente, o que tornava difícil determinar sua origem. Como explica Andrew Levan, da Universidade Radboud, “a combinação da distância e do brilho significa que essa explosão liberou mais energia em poucos segundos do que o Sol em toda a sua vida.”
Tecnologia e objetivos
O Einstein Probe, lançado em 9 de janeiro de 2024, utiliza avançados sistemas de observação para mapear eventos cósmicos em tempo quase real. Com a ajuda do sistema de telescópios óticos ATLAS, bem como do Very Large Telescope (VLT) localizado no Chile e do Gran Telescopio Canarias na Espanha, os cientistas conseguiram examinar o EP240315A. Samantha Oates, pesquisadora da Universidade de Lancaster, destaca:
“Esse evento é inovador e interessante, porque apenas um punhado de FXTs havia sido descoberto até recentemente.”
(“This event is novel and interesting because only a handful of FXTs had been discovered until very recently.”)— Samantha Oates, Pesquisadora, Universidade de Lancaster
A pesquisa sugere que os FXTs podem ocorrer no processo de supernova de estrelas massivas, que colapsam e podem dar origem a buracos negros.
Próximos passos
A equipe de pesquisa identificou que cerca de 10% da luz ultravioleta gerada na galáxia hospedeira do FXT consegue escapar, ionizando o universo. A pesquisa futura se concentrará na análise de outros FXTs e na construção de modelos que ajudem a entender a relação deles com explosões mais conhecidas, como os Raios-Gama. Conforme Jonker comenta,
“Um real question é se todos os FXTs vêm de sistemas semelhantes aos dos GRBs, ou se existe uma diversidade maior.”
(“A real question is whether all of the FXTs come from GRB-like systems, or if there is much more diversity.”)— Peter Jonker, membro da equipe, Universidade Radboud
A equipe já rastreou 20 outros eventos desde a detecção inicial.
O impacto dessa pesquisa se revela não apenas no avanço da exploração espacial como também na ampliação do conhecimento humano sobre a evolução das estrelas e a dinâmica do universo primitivo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)