
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos empregaram telescópios baseados na terra pela primeira vez para observar o universo há 13 bilhões de anos, revelando um período quando as primeiras estrelas iluminaram a escuridão cósmica.
Detalhes da missão
A descoberta ocorreu durante uma observação do “Alvorecer Cósmico”, uma fase que se deu cerca de 800 milhões de anos após o Big Bang. Esta pesquisa foi conduzida pelo Cosmology Large Angular Scale Surveyor (CLASS), uma rede de telescópios situada no deserto do Atacama, no norte do Chile. O objetivo principal da missão é examinar o Fundo Cósmico de Micro-ondas (CMB), um remanescente fossilizado de eventos que sucederam a grande explosão inicial.
Tecnologia e objetivos
Os instrumentos do CLASS são inovadores na captura de luz microscópica polarizada, que deriva dos primeiros astros e é considerada um milhão de vezes mais fraca que as micro-ondas cósmicas usuais. Esta luz, já que esteve viajando por 13 bilhões de anos, é evidente que apresenta desafios significativos, uma vez que em muitos casos é obscurecida por fenômenos naturais e produções humanas. Tobias Marriage, líder da equipe e professor de física e astronomia na Universidade Johns Hopkins, destacou a complexidade dessa abordagem, afirmando:
“As pessoas pensavam que isso não poderia ser feito a partir do solo. A astronomia é uma área limitada pela tecnologia, e os sinais de micro-ondas do Alvorecer Cósmico são notoriamente difíceis de medir.
(“People thought this couldn’t be done from the ground. Astronomy is a technology-limited field, and microwave signals from the Cosmic Dawn are famously difficult to measure.”)— Tobias Marriage, Professor, Universidade Johns Hopkins
A equipe utilizará comparações com dados do WMAP e do Planck para identificar fontes de interferência e aprimorar a detecção de sinais.
Próximos passos
Os planos futuros incluem acelerar a análise de dados adicionais do CLASS para refiná-los ainda mais, com a expectativa de que tais medições ajudem a compreender as propriedades da matéria escura e os neutrinos, partículas abundantes e, ao mesmo tempo, elusivas que permeiam o universo. Na visão de Charles Bennett, líder da missão WMAP:
“Medir esse sinal de reionização com mais precisão é uma fronteira importante da pesquisa do fundo cósmico de micro-ondas.
(“Measuring this reionization signal more precisely is an important frontier of cosmic microwave background research.”)— Charles Bennett, Líder da Missão WMAP
O desenvolvimento dessa pesquisa se baseia em investigações anteriores, nas quais o CLASS mapeou 75% do céu noturno sobre a Terra. Este projeto representa um avanço significativo na medição do sinal de polarização do fundo cósmico, valorizando a contribuição da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
A pesquisa atual não apenas avança nosso entendimento do universo primitivo, mas também oferece uma janela sobre os primórdios da formação das estrelas e da estrutura do universo, contribuindo para o vasto campo da astrofísica e a exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)