
Brasília — InkDesign News — A partir de 23 de outubro de 2025, as farmácias e drogarias do Brasil começarão a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, comumente referidos como “canetas emagrecedoras”, em uma medida que visa aumentar o controle sobre a prescrição e dispensação desses produtos.
Contexto e objetivos
O uso indiscriminado de medicamentos como a semaglutida e a liraglutida tem levantado preocupações entre profissionais da saúde. A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) surge após a observação de um número elevado de eventos adversos associados ao uso inadequado desses fármacos. O objetivo dessa regulamentação é proteger a saúde da população, garantindo que esses medicamentos sejam utilizados apenas sob prescrição e supervisão médica apropriadas.
Metodologia e resultados
A Anvisa analisou dados de notificação do VigiMed, um sistema que permite reportar eventos adversos relacionados a medicamentos. A avaliação revelou um número de eventos adversos superiores aos dados globais, suscitando a necessidade de ações urgentes. A prescrição desses medicamentos deverá ser feita em duas vias, e a venda só ocorrerá mediante retenção da receita, assim como é feito com antibióticos.
“Estamos falando de medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental o monitoramento e a vigilância.”
(“We are talking about new medications, whose long-term safety profile is still not fully known. Therefore, monitoring and vigilance are essential.”)— Rômison Rodrigues Mota, Diretor-Presidente Substituto, Anvisa
Implicações para a saúde pública
A regulamentação deverá ter um impacto significativo na saúde pública, limitando o acesso indiscriminado a esses medicamentos. Várias entidades, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, têm apoiado essa ação, destacando que o uso inadequado dessas canetas emagrecedoras pode agravar problemas de saúde. A Anvisa também reconheceu que a retenção das receitas ajudará a combater a automedicação e o uso indevido de medicamentos fora das indicações aprovadas.
“A venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, apesar de irregular, é frequente.”
(“The sale of GLP-1 agonists without a medical prescription, despite being irregular, is common.”)— Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
A expectativa é que as novas diretrizes ajudem a garantir que os pacientes recebam essas medicações de maneira segura e responsável, reduzindo os riscos associados ao uso não supervisionado. O monitoramento contínuo e a educação sobre o uso correto desses medicamentos serão cruciais para o sucesso dessa iniciativa.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)