
São Paulo — InkDesign News — A Amazon, após investimentos massivos e um retorno morno com sua série The Lord of the Rings: The Rings of Power, busca uma nova abordagem no mercado de streaming, apostando em sua mais recente iniciativa: uma plataforma de streaming gerida por inteligência artificial chamada Showrunner.
Contexto e lançamento
O Showrunner, desenvolvido pela Fable Studio, surge em um contexto onde a inovação na criação de conteúdo audiovisual é fundamental. Após o lançamento de uma versão AI da série South Park em 2023, que se deu em um momento delicado da indústria por conta da greve dos roteiristas, a Fable conquistou notoriedade. Com o apoio financeiro da Amazon, a plataforma está pronta para expandir sua operação, permitindo que usuários criem seus próprios shows utilizando ferramentas de geração de conteúdo baseadas em inteligência artificial. O sistema, que se propõe a ser acessível inicialmente, visa transformar o uso coletivo da criação de conteúdo em uma experiência interativa e adaptável.
Design e especificações
O Showrunner permitirá que os usuários gerem episódios e histórias personalizadas, utilizando a inteligência artificial da plataforma. Embora uma versão limitada tenha sido lançada anteriormente, agora a ambição é torná-la amplamente disponível. A plataforma será inicialmente gratuita, mas prevê a venda de créditos—entre R$ 50 e R$ 200 mensais—que possibilitarão a produção de conteúdo adicional. O compartilhamento desse conteúdo ocorrerá por meio de plataformas como YouTube, promovendo uma interação social. Segundo o projeto, 40% da receita gerada por remixes dos conteúdos irá para o criador original, uma tentativa de incentivar a criatividade dentro dessa nova cultura digital.
Repercussão e aplicações
A recepção do projeto até o momento tem sido cautelosa. Edward Saatchi, fundador da Fable, reconhece as incertezas em torno da iniciativa, afirmando que “talvez ninguém queira isso e não funcione.”
(“Maybe nobody wants this and it won’t work.”)— Edward Saatchi, Fundador, Fable Studio Essa perspectiva ecoa em um cenário onde a qualidade do conteúdo gerado por inteligência artificial é questionável, especialmente no que tange a narrativas complexas e conexão emocional com o público. Além disso, a Fable está em negociações com grandes estúdios, como a Disney, para a possível licenciamento de propriedades intelectuais, ampliando assim o escopo de conteúdos que os usuários poderão explorar e remixar.
As próximas etapas para o Showrunner serão determinantes para entender seu lugar no mercado de streaming e a aceitação pelo público. A proposta de criar versões customizadas de obras já conhecidas se contrapõe à busca por originalidade, reabrindo o debate sobre a pertinência da inteligência artificial na criação artística.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)