
Brasília — InkDesign News — Um estudo recente destaca o impacto positivo da educação de jovens e adultos (EJA) na renda e no mercado de trabalho, revelando que a conclusão desta etapa de ensino pode melhorar significativamente as condições de vida dos brasileiros. O relatório será apresentado no Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos, programado para a quarta-feira (10).
Contexto educacional
Nas últimas décadas, o Brasil tem avançado na ampliação do acesso à educação formal, com a taxa de atendimento de crianças de 6 a 14 anos saltando de 75,5% em 1991 para 96,7% em 2010. Apesar desse progresso, o estudo aponta que a evasão escolar e as altas taxas de reprovação ainda são desafios persistentes. Em 2023, cerca de 35 em cada 100 jovens brasileiros não haviam concluído o ensino médio até os 20 anos.
A EJA é uma resposta a essa situação, destinada a adultos e jovens que não completaram seus estudos na idade apropriada. O retorno à educação pode resultar em significativos ganhos econômicos e profissionais para esses indivíduos, além de contribuir para a redução da desigualdade.
Políticas e iniciativas
O Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos, lançado pelo Ministério da Educação (MEC), visa criar 3,3 milhões de novas matrículas na EJA. O investimento previsto é de R$ 4 bilhões em quatro anos, buscando integrar a EJA à educação profissional. O ministério colaborou com a Unesco para a elaboração do estudo que oferece dados cruciais para fortalecer essa modalidade de ensino.
“Os expressivos contingentes de pessoas aptas a cursar a alfabetização e as etapas da EJA, somados aos retornos econômicos positivos identificados, indicam um vasto potencial para a expansão dessas modalidades de ensino. Os ganhos ao longo da vida parecem ser suficientes para justificar os custos de curto prazo do retorno aos estudos, especialmente para os grupos de idade mais jovens.”
(“The significant contingents of people capable of taking literacy and EJA stages, combined with the positive economic returns identified, indicate a vast potential for expanding these modalities of education. The gains throughout life seem sufficient to justify the short-term costs of returning to studies, especially for younger age groups.”)— Fabiana de Felicio, Autora do Estudo
Desafios e perspectivas
Ainda que o aumento da renda média entre os que concluem a EJA seja evidente — com incrementos de até 16,3% —, desafios estruturais permanecem, como a desigualdade nas oportunidades de acesso a esses cursos. A implementação plena do Pacto EJA requer uma fiscalização rigorosa e apoio contínuo de gestores locais e estaduais para garantir a acessibilidade e efetividade dos programas.
“O aumento da renda, da formalidade e da qualidade das ocupações não só melhora a qualidade de vida das pessoas, como também contribui para a produtividade e a redução da pobreza e desigualdade.”
(“The increase in income, formality, and quality of occupations not only improves people’s quality of life but also contributes to productivity and the reduction of poverty and inequality.”)— Estudo sobre EJA
O alinhamento entre as políticas públicas e as necessidades da população é crucial para estimular a matrícula e a permanência na EJA. Espera-se que, com o compromisso firme do governo e a mobilização de recursos, o setor educacional brasileiro possa avançar de forma mais inclusiva e equitativa.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)