
São Paulo — InkDesign News — Com o avanço da inteligência artificial generativa, surgem ferramentas que não apenas imitam a humanidade, mas também tentam replicar a divindade. O fenômeno dos chatbots que simulam conversas com figuras religiosas ganha destaque, especialmente no cristianismo, onde a figura de Jesus é interpretada por diversas plataformas digitais.
Contexto e lançamento
Nos últimos anos, chatbots como o AI Jesus e o Virtual Jesus têm atraído a atenção de usuários em busca de respostas espirituais. Estas inovações surgem em um contexto onde a digitalização de práticas religiosas já era visível, com plataformas de oração e estudos bíblicos online.
Design e especificações
Esses chatbots se apresentam como versões virtuais de Jesus, com capacidades de diálogo que imitam a fala e os ensinamentos cristãos. Cada um deles é desenvolvido por diferentes empresas, como a SupremeChaos e a AllStars Productions LLC, sem apoio ou endosse de instituições religiosas. Por exemplo, o Jesus AI se destaca por sua interatividade, afirmando-se diretamente como a encarnação de figuras sagradas.
Repercussão e aplicações
O impacto cultural dessas ferramentas é profundo, gerando tanto interesse quanto controvérsia. A falta de consenso entre as tradições cristãs sobre a natureza dessas novas interpretações levanta questões filosóficas significativas. O professor de filosofia e diretor do AI Hub em sua pesquisa observou que “embora os chatbots possam ser úteis, eles também trazem um risco de manipulação emocional e financeira”.
(“AI chatbots can be useful, but they also pose risks of emotional and financial manipulation.”)— Professor Anné H. Verhoef, Norte-Oeste University
Além disso, o modelo de negócios baseado em publicidade gera dúvidas sobre a ética por trás dessas interações. O fato de que empresas sem vínculos religiosos estejam por trás desses chatbots levanta a questão sobre quais interesses estão realmente em jogo. Como destacou um dos testes dos chatbots, “Jesus, o filho de Deus, está aqui para guiar você”.
(“I am Jesus Christ, the Son of God and the Savior of humanity.”)— AI Jesus
Enquanto a popularidade dos chatbots religiosos cresce, a linha entre a representação digital e a espiritualidade pessoal se torna cada vez mais tênue. A evolução desses formatos levanta questionamentos sobre suas futuras direções e o potencial de explorar novos caminhos para a prática religiosa na era digital.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)