
São Paulo — InkDesign News — O recente colapso da Builder.ai, uma startup que prometia revolucionar a construção de aplicativos por meio da inteligência artificial, revela as complexidades e desafios enfrentados no mercado tech atual, especialmente no contexto do hype em torno da IA.
Contexto e lançamento
Fundada em 2016 sob o nome de Engineer.ai, a Builder.ai surgiu com a proposta de facilitar o desenvolvimento de software sob demanda, com promessas de um serviço tão simples quanto pedir uma pizza. No entanto, investigações recentes apontaram que a so-called “IA” da empresa era dominada por uma vasta rede de desenvolvedores humanos, contrariamente à imagem automatizada que era apresentada aos investidores e clientes.
Design e especificações
Segundo relatos, a Builder.ai criou uma ilusão de eficiência através de um assistente de IA chamado “Natasha”, que raramente executava codificação funcional. A operação real dependia de cerca de 700 engenheiros na Índia. Auditores descobriram que a empresa havia inflacionado suas vendas de 2024, reportando US$ 220 milhões, quando o valor real estava mais próximo de US$ 50 milhões, resultando em uma discrepância significativa de cerca de 75%.
Repercussão e aplicações
O colapso da Builder.ai não apenas deixou investidores perplexos, mas também provocou demissões em massa, com aproximadamente 80% de sua força de trabalho sendo dispensada. Muitos funcionários relataram sentimentos de traição após garantias de segurança no emprego, dadas as promessas de um financiamento contínuo. Segundo um ex-funcionário,
“me sentimos enganados, especialmente depois das promessas feitas pela liderança”
(“we felt betrayed, especially after the promises made by leadership”)— Ex-funcionário, Builder.ai
.
O caso da Builder.ai levanta questionamentos sobre a chamada “lavagem de IA”, onde características de IA são exageradas ou mal representadas para atrair investimentos. A situação atraiu atenção e críticas de analistas e investidores, levando a um aumento do ceticismo em torno das startups alegadamente alimentadas por IA.
Os desdobramentos envolvendo o fundador Sachin Dev Duggal, agora em Dubai, oferecem um olhar crítico sobre a governança nas startups tech, onde o carisma do fundador pode obscurecer a necessidade de um forte escrutínio operacional. A insatisfação entre investidores e funcionários é palpável, questionando as práticas de governança nas startups do setor tecnológico.
Com o mercado de IA cada vez mais saturado, as lições do colapso da Builder.ai ressaltam a importância da transparência e integridade nas operações das empresas de tecnologia. O futuro dessas startups pode depender de uma redefinição de suas práticas e promessas.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)