
São Paulo — InkDesign News — A revolução do acesso à informação na era digital encontra um novo marco, com a Cloudflare estabelecendo uma nova política que redefinirá a interação entre criadores de conteúdo e inteligência artificial.
Contexto e lançamento
Em um anúncio celebrado como o “Dia da Independência do Conteúdo”, a Cloudflare, uma empresa fundamental na infraestrutura da internet, revelou, em 1º de julho, sua decisão de impedir que crawlers de IA acessem sites sem compensação aos criadores de conteúdo. Esta mudança se torna um ponto crítico na evolução da web, à medida que a inteligência artificial continua a transformar o consumo de informações online. A dinâmica de criação e consumo de conteúdos existe desde a fundação do Google, onde Larry Page e Sergey Brin estabeleceram uma troca entre criadores de conteúdo e o aumento de tráfego.
Design e especificações
A nova proposta da Cloudflare não apenas bloqueia bots de IA, mas também introduz um mercado onde as empresas de IA poderão comprar acesso ao conteúdo, de acordo com seu valor real para o treinamento de modelos. Segundo a empresa, um conteúdo que preenche lacunas no conhecimento de uma IA se torna mais valioso. Este modelo se contrasta com a abordagem tradicional que mede o valor com base nas visualizações e cliques. No entanto, a condição de pagamento em troca do acesso a dados também levanta questões sobre a equidade nas relações entre criadores de conteúdo e as tecnologias que deles dependem.
Repercussão e aplicações
A mudança na política da Cloudflare foi recebida com entusiasmo por muitos criadores de conteúdo, que vêm sentindo os efeitos do que Matthew Prince, CEO da Cloudflare, descreve como uma “exploração” por parte de ferramentas de IA. “O conteúdo é o combustível que alimenta os motores de IA, e é justo que criadores sejam compensados diretamente por isso” (“That content is the fuel that powers AI engines, and so it’s only fair that content creators are compensated directly for it”). A prática de IA, como demonstrado pelos modelos da OpenAI, resulta em tráfego notavelmente reduzido aos sites originais, o que já provoca uma crise no valor desse conteúdo. Caso essa nova proposta ganhe tração, o futuro da monetização digital pode ser drasticamente alterado, com o surgimento de novos intermediários digitais que facilitarão este comércio entre criadores e máquinas inteligentes.
“Acreditamos que, se conseguirmos classificar e valorizar o conteúdo não com base em quanto tráfego ele gera, mas em quanto avança o conhecimento”
(“We believe that if we can begin to score and value content not on how much traffic it generates, but on how much it furthers knowledge”)— Matthew Prince, CEO, Cloudflare
Essa evolução sugere que a era do “pague para treinar” está se aproximando rapidamente. As empresas de IA já estão formando parcerias e licenças com editores de conteúdo para assegurar acesso a informações que podem impulsionar suas capacidades. Olhando para frente, a implementação deste modelo pela Cloudflare poderia não apenas alterar o modo como a informação é acessada, mas também redefinir a própria essência da web como a conhecemos.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)