
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa da Universidade da Pensilvânia revela um potencial inexplorado nas Arqueias, com descobertas promissoras de antibióticos. Através de aprendizado profundo, os cientistas identificaram 12.623 moléculas com atividade antimicrobiana, o que pode mudar o cenário da resistência aos antibióticos.
Contexto da descoberta
A resistência antimicrobiana é uma ameaça crescente à saúde global, tornando urgente a necessidade de novos antibióticos. Embora a maioria dos antibióticos conhecidos se origina de bactérias e fungos, as Arqueias, um domínio distinto de vida, têm sido inexploradas nesse contexto. Dr. César de la Fuente, um dos pesquisadores, declarou:
“Esforços anteriores focaram principalmente em fungos, bactérias e animais.”
(“Previous efforts to find new antibiotics have looked mostly at fungi, bacteria and animals.”)— Dr. César de la Fuente, Pesquisador, Universidade da Pensilvânia
Métodos e resultados
Utilizando uma ferramenta de inteligência artificial chamada APEX, os pesquisadores analisaram os proteomas de 233 espécies de Arqueias. Essa ferramenta foi previamente adaptada para identificar candidatos a antibióticos em organismos antigos. Após o treinamento, APEX previu que várias sequências de aminoácidos poderiam inibir o crescimento bacteriano.
O resultado foi a identificação de 12.623 possíveis compostos antimicrobianos, denominados archaeasins. Testes iniciais mostraram que 93% de 80 archaeasins selecionados demonstraram atividade antimicrobiana contra bactérias patogênicas, como Acinetobacter baumannii e Escherichia coli. “Tradicionalmente, os antibióticos atacam as defesas externas das bactérias, enquanto os archaeasins parecem interromper funções internas”, afirmaram os pesquisadores.
Implicações e próximos passos
Essas descobertas não apenas vislumbram uma nova fonte de antibióticos, mas também proporcionam um entendimento sobre como os organismos se defendem em ambientes extremos. “Este trabalho mostra que há potencialmente muitos antibióticos esperando para serem descobertos nas Arqueias”, destacou Dr. de la Fuente.
Com a crescente resistência bacteriana aos antibióticos convencionais, a exploração de novas fontes é crucial para a saúde pública mundial. A pesquisa representa um passo significativo na busca por alternativas eficazes.
O impacto prático dessa pesquisa pode impulsionar futuras linhas de investigação, particularmente em como os archaeasins podem ser utilizados no tratamento de infecções resistentes a medicamentos. Os autores planejam mais testes em modelos animais para confirmar a eficácia e segurança dessas novas moléculas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)