
Córdoba — InkDesign News — A Stellantis anunciou nesta terça-feira (13) o início das operações em seu novo polo exportador de veículos em Córdoba, Argentina, onde começará a produção da picape Fiat Titano, no âmbito de um investimento de R$2 bilhões até 2030.
Panorama econômico
A decisão da Stellantis de estabelecer uma linha de produção na Argentina ocorre em um contexto onde a indústria automotiva tem enfrentado desafios relacionados à inflação e aos juros elevados na América do Sul. O grupo, que é o quarto maior na indústria automotiva global em vendas, pretende transformar Córdoba em um “hub regional de picapes”, eficiente em termos de custos operacionais, apesar das adversidades econômicas locais. Segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul, “a produção argentina da picape pode ajudar a companhia a ‘expandir nossa participação em um mercado que é muito promissor e em um segmento que é muito promissor’” (original: “a produção argentina da picape pode ajudar a companhia a ‘expandir nossa participação em um mercado que é muito promissor e em um segmento que é muito promissor’”).
Indicadores e análises
Entre janeiro e abril, as vendas da Fiat Titano no Brasil acumularam 3.159 unidades, ocupando a 13ª posição entre os comerciais leves mais vendidos. Esse desempenho é considerado modesto, especialmente quando comparado a rivais, como a Toyota Hilux, que teve 14.150 unidades emplacadas, e a Fiat Toro, com 14.150 unidades licenciadas. O desafio da Stellantis é aumentar sua participação de mercado, tendo alcançado 23,6% de participação no sul-americano, 30,4% no Brasil e 33,1% na Argentina.
Impactos e previsões
O investimento em Córdoba é visto como uma estratégia de longo prazo, com a Stellantis planejando, em 2027, iniciar a produção de motores 2.2L também voltados para exportação. No entanto, Cappellano destacou que os altos juros no Brasil “desencorajam as vendas” e que a expectativa é que o país poderia “tranquilamente” alcançar vendas anuais de 5 milhões de unidades. Contudo, limitações de poder aquisitivo da população e taxa de juros elevadas impactam diretamente este potencial. “Os juros muito altos desencorajam as vendas. Existe pressão em cima do mercado”, afirmou o executivo.
As mudanças significativas esperadas na nova versão da Titano, que incluem atualizações no motor, suspensão e parte elétrica, são vistas como essenciais para aumentar a competitividade da picape. “Vai ser muito diferente da Titano atual. É uma melhoria muito significativa em relação ao modelo atual”, destacou Cappellano.
O mercado automotivo deverá acompanhar a evolução da produção em Córdoba e seus desdobramentos na competitividade da Stellantis na região, além de possíveis medidas que o grupo poderá adotar em resposta aos desafios econômicos enfrentados.
Fonte: CNN Brasil – Economia