
Jacaraú, PB — InkDesign News — Durante sessão na Câmara Municipal de Jacaraú, na Paraíba, realizada em 11 de junho de 2024, o presidente da Casa, Genésio da Silva Pessoa (PSB), gerou controvérsia ao afirmar, em resposta a uma denúncia de agressão contra uma mulher, que “uma das mulheres envolvidas ‘não apanhou, mas deveria’”. A declaração repercutiu intensamente nas redes sociais e entre autoridades locais.
Contexto político
O episódio ocorreu na Câmara Municipal de Jacaraú, durante uma sessão ordinária transmitida ao vivo, quando um morador denunciou publicamente uma suposta agressão contra uma mulher que teria ocorrido dentro do plenário. O presidente da Casa, Genésio da Silva Pessoa, que também participava da sessão, minimizou a denúncia e mencionou que a mulher envolvida, servidora da Prefeitura cuja função não foi claramente esclarecida, estaria “incomodando o pessoal que estava trabalhando”.
Segundo Genésio, a mulher estaria em conflito com funcionários da ótica, supostamente realizando seu trabalho, e ressaltou que “ela tem que trabalhar ao invés de estar todo dia incomodando o pessoal na Câmara”, descrevendo o episódio como um caso passado.
Reações e debates
Após a repercussão negativa, Genésio voltou à tribuna para uma retratação pública. Ele esclareceu que não incentiva qualquer forma de violência, afirmando:
“Quero deixar bem claro isso, não estou incentivando ninguém a bater e nem apanhar. O que eu quero é que se tenha respeito na Câmara Municipal. A Câmara Municipal é a casa do povo, merece todo o respeito do mundo. […] Houve uma confusão, as funcionárias de nossa Casa, que são excelentes funcionárias, tiraram [os envolvidos] o mais rápido possível e ninguém apanhou e ninguém bateu. E quando eu falei aqui na questão que merecia, porque foi desacatar quem estava trabalhando. Eu peço desculpa pelo que falei, mas que se respeite aquela Casa.”
— Genésio da Silva Pessoa, Presidente da Câmara Municipal de Jacaraú
O caso também motivou o posicionamento de figuras políticas locais, como a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), coordenadora do projeto “Antes que aconteça”, que repudiou a declaração do presidente da Câmara, enfatizando o compromisso contra comportamentos que promovam violência contra mulheres.
“A senadora rechaça a declaração e reafirma o compromisso de lutar contra esse tipo de comportamento, sobretudo vindo de uma figura pública, que tem o dever de ser exemplo, e não de incentivar a violência contra as mulheres.”
— Nota oficial do projeto “Antes que aconteça”
Desdobramentos e desafios
O episódio evidencia desafios na condução do respeito e da segurança dentro das casas legislativas municipais, instituições localizadas no centro do debate público e político. A polêmica também reforça a necessidade de políticas públicas e ações educativas voltadas a prevenir e combater a violência contra a mulher, especialmente em espaços históricos de representatividade popular.
Além disso, a situação traz à tona questões relacionadas à transparência sobre funções e atribuições de servidores públicos municipais, um tema recorrente na gestão pública local. A resposta da Câmara Municipal de Jacaraú ainda é aguardada para esclarecimentos adicionais.
Este evento suscita reflexões sobre os limites do discurso de autoridades públicas e a importância da cultura do respeito e da proteção aos direitos humanos nas instituições democráticas.
Fonte: (CNN Brasil – Política)