
São Paulo — InkDesign News — A Suzano divulgou nesta quinta-feira (8) um desempenho operacional no primeiro trimestre de 2024 abaixo do esperado pelo mercado, pressionado pela queda nos preços da celulose na comparação anual, apesar da expansão nas vendas da commodity. O cenário macroeconômico inclui valorização do dólar e inflação contínua, impactando custos e resultados financeiros.
Panorama econômico
O contexto global para o setor de papel e celulose segue influenciado por variações cambiais e ajustes nos preços internacionais das commodities. A valorização do dólar frente ao real contribuiu para ganhos financeiros da Suzano, compensando parcialmente a pressão negativa dos preços da celulose. Adicionalmente, o ambiente de inflação e juros elevados no Brasil mantém desafios para a produção e a cadeia de suprimentos, em um cenário onde instituições financeiras começam a reajustar suas projeções do PIB e de demanda global.
Indicadores e análises
No primeiro trimestre de 2024, a Suzano reportou um Ebitda ajustado de R$4,87 bilhões, representando alta de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior, porém abaixo da média estimada pelos analistas, que apontava para R$5,77 bilhões. O lucro líquido acumulado foi de R$6,35 bilhões, um aumento expressivo frente aos R$220 milhões registrados no primeiro trimestre de 2023, sustentado por uma reversão no resultado financeiro, que saiu de um déficit de R$3 bilhões para um superávit de R$7,7 bilhões, impulsionado pela valorização do dólar.
O custo caixa de produção de celulose alcançou R$859 por tonelada, incremento de 6% ante o ano anterior, ainda sem contabilizar os impactos das paradas programadas para manutenção. A alavancagem financeira da companhia fechou março em 3,1 vezes, abaixo das 3,6 vezes reportadas no mesmo período de 2023.
“Esse desempenho foi apoiado por uma reversão no resultado financeiro negativo de R$3 bilhões apurado no primeiro trimestre do ano passado. Este ano a linha encerrou o período em terreno positivo a R$7,7 bilhões, impulsionada pela valorização do dólar contra real.”
(“This performance was supported by a reversal in the negative financial result of R$3 billion recorded in the first quarter of last year. This year, the line ended the period in positive territory at R$7.7 billion, driven by the appreciation of the dollar against the real.”)— Suzano, Comunicação Corporativa
Impactos e previsões
A performance abaixo do esperado no Ebitda traz reflexos sobre a percepção do mercado em relação à empresa e ao setor de papel e celulose, tradicionalmente vulnerável às variações cambiais e de preços internacionais. A elevação do custo de produção e a volatilidade cambial exigem estratégias de mitigação de riscos para manter a competitividade da Suzano. Analistas indicam que o cenário para os próximos trimestres dependerá da estabilização dos preços da celulose e da continuidade das políticas monetárias no Brasil e nos países parceiros comerciais.
“A empresa terminou março com alavancagem financeira medida em reais de 3,1 vezes, abaixo do múltiplo de 3,6 vezes do final do primeiro trimestre do ano passado.”
(“The company ended March with financial leverage measured in reais at 3.1 times, below the multiple of 3.6 times at the end of the first quarter last year.”)— Suzano, Relação com Investidores
As próximas leituras econômicas, incluindo índices de inflação, decisões sobre juros e o comportamento da demanda por celulose no mercado global, devem influenciar as estratégias operacionais e financeiras da Suzano nos trimestres seguintes.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)