Bruxelas — InkDesign News — A Comissão Europeia propôs neste dia 8 de junho contramedidas tarifárias de até 95 bilhões de euros sobre importações dos Estados Unidos, caso fracassem as negociações para pôr fim às tarifas impostas pelo governo Trump, que impactam diretamente o comércio bilateral entre os dois blocos.
Panorama econômico
Em meio a tensões comerciais globais e durante a negociação de um acordo entre os Estados Unidos e o Reino Unido, a União Europeia (UE) avança com medidas que respondem às tarifas americanas, sobretudo aplicadas a aço, alumínio, automóveis e outros produtos industriais e agrícolas. A pressão ocorre num contexto em que a administração Trump mantém tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio europeus, além de uma série de outras “taxas recíprocas” de 10%, que poderão subir para 20% a partir de julho, após o fim de uma pausa temporária de 90 dias.
Indicadores e análises
A Comissão Europeia responsabiliza os Estados Unidos por tarifas que abrangem atualmente cerca de 380 bilhões de euros — o equivalente a 70% do comércio de mercadorias da UE para os EUA — podendo esse percentual alcançar 97% com as novas investigações americanas sobre produtos farmacêuticos, semicondutores e minerais essenciais. Em abril, a UE aprovou tarifas retaliatórias de 25% sobre importações americanas no valor de 21 bilhões de euros, incluindo milho, trigo e motocicletas, mas suspendeu a implementação após a pausa anunciada pelos EUA.
As propostas atuais da UE miram setores variados, como vinhos, peixes, aeronaves, automóveis, produtos químicos e equipamentos elétricos, representando uma resposta ampla às taxas norte-americanas.
Impactos e previsões
Especialistas alertam para a intensificação da guerra comercial e seus efeitos sobre os fluxos de comércio internacional. As tarifas elevadas tendem a comprometer o planejamento industrial e a geração de custos adicionais para os consumidores finais. A Comissão Europeia manifestou preferência por uma solução negociada, mas se prepara para implementar uma lista final de contramedidas em julho, caso as negociações com Washington fracassem.
“Washington estava pressionando a UE a reduzir suas tarifas e barreiras regulatórias para melhorar a relação comercial”
(“Washington was pressuring the EU to reduce its tariffs and regulatory barriers to improve the trade relationship”)— JD Vance, Vice-presidente dos EUA
Além disso, um professor de economia ressaltou que “existe um problema estrutural na economia do mundo,” indicando que as disputas tarifárias refletem tensões mais profundas nos sistemas econômicos globais.
“Existe um problema estrutural na economia do mundo”
(“There is a structural problem in the world’s economy”)— Professor de Economia
O seguimento das negociações comerciais entre UE e EUA, somado ao acordo iminente entre EUA e Reino Unido, serão fundamentais para definir os rumos do comércio internacional e o impacto nas cadeias produtivas globais nos próximos meses.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)
