INSS investiga faxineira de prefeitura que recebeu R$ 353 mil em benefício irregular

Brasília — InkDesign News — A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes no INSS, revelando conexão de Sarah Jeslany de Andrade Santos com empresários e um montante considerável possivelmente oriundo de desvios bilionários. As apurações ocorreram em 2023 e 2024 e envolvem lavagem de dinheiro por meio de transferências suspeitas e viagens internacionais.
Contexto político
O relatório da Polícia Federal, com 1.940 páginas, detalha movimentações financeiras que ligam a Sarah Jeslany a empresários Natjo de Lima Pinheiro e Cecília Rodrigues Mota, donos de empresa e associação de aposentados, respectivamente. Natjo recebeu R$ 400 mil das empresas de Cecília e ambos realizaram diversas viagens internacionais, o que levantou suspeitas de que pagamentos eram feitos em contas de “laranjas” para posterior saque no exterior. As investigações apontam possível lavagem de dinheiro para ocultar a origem dos recursos desviados.
Sarah, que se declarou faxineira ao tirar seu passaporte, intrigou as autoridades ao acompanhar Cecília em viagem a Dubai em 2023, após receber R$ 353.055,43 de Natjo no mesmo ano. Além disso, Sarah foi comissionada em cargo de chefia na Prefeitura de Caruaru (PE) em 2022, fato que contrasta com a função declarada por ela. A nomeação ocorreu em 14 de abril de 2022, na Secretaria de Desenvolvimento Rural, sendo exonerada alguns meses depois, sem esclarecimento oficial.
Reações e debates
“Esse caminho do dinheiro sugere lavagem de dinheiro como estratégia para ocultar a origem.”
— Polícia Federal, Relatório de Investigação
“A gestão municipal não informou sobre investigações internas ou motivo da exoneração.”
— Prefeitura de Caruaru
A ausência de retorno tanto dos empresários envolvidos quanto da ex-comissionada contribui para a ampliação das dúvidas e a pressão por transparência cresceu entre setores políticos e da sociedade civil, diante da magnitude dos recursos e da complexidade do esquema.
Desdobramentos e desafios
A investigação aprofundada da PF evidencia a dificuldade no combate a fraudes em órgãos públicos quando recursos bilionários estão envolvidos e quando há o uso de figuras aparentemente alheias ao núcleo principal da operação, o que complica ainda mais a elucidação dos fatos. O desafio maior será monitorar e restringir o uso de “laranjas” e outras estratégias para ocultar operações financeiras ilícitas, além de buscar responsabilizações políticas e judiciais rigorosas.
Os próximos passos incluem o aprofundamento das apurações financeiras, requerimentos judiciais para quebra de sigilos e pedidos de cooperação internacional, considerando as frequentes viagens ao exterior indicadas no relatório, além do embate político para maior transparência e controle sobre recursos públicos.
O caso expõe a fragilidade e a complexidade no controle e fiscalização dos recursos do INSS, evidenciando a necessidade de reformas e mecanismos mais eficazes no combate à corrupção e lavagem de dinheiro na esfera pública.
Fonte: (CNN Brasil – Política)