
Brasília — InkDesign News — No Brasil, a elevada taxa de evasão no ensino superior e a discrepância salarial em relação ao ensino médio levantam questões críticas sobre o currículo e a eficácia das políticas educacionais. Dados recentes da OCDE refletem um desafio persistente na formação acadêmica.
Contexto educacional
As estatísticas do relatório Education at a Glance (EaG) 2025, da OCDE, revelam que apenas 20,5% da população brasileira com 25 anos ou mais possui diploma de ensino superior, evidenciando um quadro em que apenas 24% dos jovens de 25 a 34 anos conseguem finalizar seus cursos.
A média de evasão no primeiro ano é alarmante, com 25% dos alunos abandonando os estudos, uma taxa significativamente mais alta do que a média de 13% registrada entre os países da OCDE. Essa realidade demanda uma análise das expectativas dos alunos em relação ao conteúdo curricular e a realidade acadêmica.
Políticas e iniciativas
Para abordar esses desafios, o governo brasileiro investe aproximadamente US$ 3.765 por aluno em comparação à média da OCDE de US$ 15.102. Apesar do investimento unitário ser inferior, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado ao ensino superior, cerca de 0,9%, é semelhante ao da média da OCDE.
“As baixas taxas de conclusão do ensino superior são um desafio que prejudica o retorno do investimento público, agrava a escassez de competências e limita o acesso a oportunidades.”
(“Low higher education completion rates are a challenge that undermines public investment returns, exacerbates skills shortages, and limits access to opportunities.”)— Mathias Cormann, Secretário-Geral, OCDE
Desafios e perspectivas
Os obstáculos no Brasil incluem a desigualdade na oferta de educação, com 29% das mulheres e 19% dos homens entre 18 a 24 anos classificados como NEET (não empregados nem em educação ou treinamento). O aumento na mobilidade internacional de estudantes demonstrado pela OCDE, com 7,4% dos estudantes universitários sendo internacionais em 2023, contrasta com a estagnação brasileira de 0,2% nesse aspecto, evidenciando uma falta de atratividade do país para estudantes estrangeiros.
“Os países precisam expandir o acesso ao ensino superior e aumentar a qualidade e a relevância da educação oferecida.”
(“Countries need to expand access to higher education and increase the quality and relevance of the education offered.”)— Mathias Cormann, Secretário-Geral, OCDE
Os dados do EaG 2025 destacam a urgência de um investimento mais robusto em políticas de orientação e apoio a estudantes, visando garantir maior taxa de permanência e conclusão em cursos superiores. O futuro da educação no Brasil depende de um comprometimento coletivo em superar as barreiras atuais e implementar reformas significativas que beneficiem toda a população.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)