
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA descobriram o que acreditam ser o disco químico mais rico já observado em torno de uma anã marrom, um objeto que é considerado uma “estrela falha”. A descoberta teve lugar ao redor da anã marrom Cha Hα 1, uma estrutura envolta por um disco rotativo de gás e poeira, onde planetas poderão surgir no futuro.
Detalhes da missão
A observação de Cha Hα 1 foi feita com o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do JWST em agosto de 2022. Este estudo se alinha com dados obtidos quase duas décadas atrás pelo agora aposentado Telescópio Espitzer. A confirmação de que a química rica observada pelo Webb não é apenas um fenômeno passageiro reforça sua importância no estudo da formação planetária.
Tecnologia e objetivos
O JWST é equipado com instrumentos avançados capazes de mapear composições moleculares em ambientes espaciais complexos. A missão tem como objetivo analisar a química em torno das anãs marrons, fornecendo insights sobre a formação de planetas. O disco ao redor de Cha Hα 1 é rico em hidrocarbonetos como metano, etileno e benzeno, além de água, hidrogênio e dióxido de carbono (CO2).
A presença de hidrocarbonetos e moléculas que contêm oxigênio sugere uma química complexa no disco, possivelmente influenciada por variações de temperatura e turbulência.
(“It is interesting that we see both hydrocarbons and oxygen-bearing molecules in the JWST data,” said Schwarz.)— Kamber Schwarz, Pesquisador Pós-Doutoral, Instituto Max Planck para Astronomia (MPIA)
Próximos passos
A equipe de pesquisa planeja investigar mais profundamente a interação entre a poeira e o gás no disco, visando entender melhor como esses componentes moldam a evolução do ambiente planetário. As características espectrais que não correspondem a moléculas previamente estudadas indicam a possibilidade de novas substâncias que ainda precisam ser caracterizadas.
A compreensão do material disponível durante diferentes fases da formação planetária auxiliará nossas teorias sobre o processo.
(“Comparing disks at different points in their evolution lets us test our theories about what is driving this evolution…”)— Thomas Henning, Professor, MPIA
Esta investigação abre novas fronteiras na exploração espacial, possibilitando um entendimento mais aprofundado sobre a química que leva à formação de planetas ao redor das anãs marrons e, por extensão, a diversidade de mundos além do nosso sistema solar.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)