
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores sugerem que a combinação de três telescópios espaciais pode revolucionar a detecção de buracos negros supermassivos, datando de uma era anterior na história do cosmos, quando o universo tinha menos de 270 milhões de anos. Esta colaboração envolve o Telescópio Espacial James Webb (JWST), o Telescópio Euclides e o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, todos posicionados para expandir nossa compreensão da formação desses fenômenos astrofísicos.
Detalhes da missão
Desde o início de suas operações em 2022, o JWST já identificou buracos negros que existiam em um universo com menos de 1 bilhão de anos. A detecção do buraco negro denominado JADES-GS-z14-0 levanta questões sobre a formação desses objetos, que segundo modelos anteriores, deveriam levar pelo menos 1 bilhão de anos para atingir seu status supermassivo. As implicações desta descoberta vão além da simples observação e sugerem a necessidade de novos modelos de crescimento de buracos negros.
Tecnologia e objetivos
A investigação atual se concentra na possibilidade de que esses buracos negros supermassivos possam ter se formado de forma direta, a partir de grandes aglomerados de gás e poeira, sem passar pela etapa de formação de estrelas. Segundo Muhammad A. Latif, “buracos negros supermassivos que se formaram tão cedo sugerem que nasceram massivos”. A tecnologia dos três telescópios é complementar: enquanto o JWST oferece alta resolução para o estudo das galáxias hospedeiras, Euclides e Roman possuem campos de visão centenas de vezes maiores.
A sinergia entre esses observatórios pode detectar cerca de 100 buracos negros apenas 250 milhões de anos após o Big Bang.
(“We were amazed by the fact that these observatories can detect about 100 black holes just 250 million years after the Big Bang.”)— Muhammad A. Latif, Pesquisador, Universidade dos Emirados Árabes Unidos
Próximos passos
Com a continuidade das pesquisas, Latif e seus colegas planejão simulações para rastrear a história de crescimento de buracos negros resultantes do colapso direto. Esse esforço permitirá prever quantos desses buracos negros podem ser detectados em futuros levantamentos. “Detectar um buraco negro supermassivo em z=15 mostraria que são nascidos massivos, quase eliminando sua origem estelar,” explica Latif.
Esses avanços não apenas podem alterar a forma como entendemos a evolução cósmica, mas também estabelecer um novo padrão para a exploração espacial e o conhecimento humano, revelando detalhes essenciais sobre as origens do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)