Natron encerra atividades e revela problemas na cleantech dos EUA

São Paulo — InkDesign News — Natron, uma startup de baterias de sódio, encerrou suas operações após 12 anos de tentativas de comercialização de suas tecnologias nos EUA, destacando os desafios na trajetória de empresas focadas em energia renovável.
Tecnologia renovável
A Natron tinha $25 milhões em pedidos para sua fábrica em Michigan, mas não conseguiu entregar devido à falta de certificação UL. A longa espera pela certificação contribuiu para a escassez de fluxo de caixa, resultando em sua liquidação. “O processo de obtenção da certificação UL pode ser demorado, muitas vezes levando meses,” afirmou um especialista da indústria.
“O processo de obtenção da certificação UL pode ser demorado, muitas vezes levando meses.”
(“Receiving the UL certification can be a lengthy process, often spanning several months.”)— Especialista da Indústria
A Natron se concentrava no armazenamento estacionário e em clientes de data centers, uns dos mercados onde a menor densidade de energia das baterias de sódio não é um problema crítico. A expectativa era de produzir gigawatts-hora de células anualmente com sua nova fábrica no Carolina do Norte.
Redução de CO₂
As baterias de sódio têm o potencial de serem significativamente mais baratas que as de lítio, dadas as quantidades abundantes de sódio. Contudo, a recente guerra de preços do lítio na China impactou essa expectativa, fazendo com que o preço do carbonato de lítio caísse em 90% nos últimos 30 meses.
“A recente guerra de preços do lítio impactou essa expectativa, fazendo com que o preço do carbonato de lítio caísse em 90%.”
(“the price of lithium carbonate has cratered, dropping 90%.”)— Benchmark Mineral Intelligence
A falência da Natron é apenas mais um exemplo de tentativas frustradas de produzir baterias em larga escala fora da Ásia. A indústria enfrenta desafios estruturais que incluem a construção de cadeias de suprimento maduras e a necessidade de apoio duradouro ao desenvolvimento de tecnologia.
Casos de uso
A empresa, que anunciara a construção de uma fábrica de baterias de sódio de $1,4 bilhão no ano passado, esperava criar até 1.000 empregos. Porém, com a incapacidade de atrair investidores suficientes e a falta de um mercado domestico competitivo, sua trajetória se tornou insustentável.
Conforme evidenciado por casos como o da Natron, o futuro da fabricação de baterias nos EUA e na Europa dependerá substancialmente de políticas governamentais consistentes e apoio a longo prazo. Parcerias com empresas estabelecidas na Ásia poderão ser a alternativa viável para o desenvolvimento de uma indústria local robusta em tecnologias de energia renovável.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)