
Fortaleza — InkDesign News — Com apenas sete meses de idade, Laura passou por uma cirurgia cardíaca para corrigir uma má formação congênita, consequência da Síndrome de Down. A complexidade do caso reflete os desafios enfrentados por crianças com cardiopatias congênitas no Brasil.
Contexto e objetivos
A cardiopatia congênita abrange uma variedade de malformações cardíacas desenvolvidas durante a gestação. Com aproximadamente 30 mil diagnósticos anuais, estima-se que cerca de 80% dessas crianças necessitem de cirurgia em algum momento. O projeto Congênitos, que opera em Fortaleza, Recife e Manaus, visa fortalecer a linha de cuidados para pacientes com tais condições dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O foco é oferecer suporte e monitoramento, possibilitando intervenções mais ágeis e seguras.
Metodologia e resultados
Laura foi uma das primeiras beneficiárias do projeto, que incorpora a Teleorientação do Ato Cirúrgico, uma inovação desenvolvida pelo Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (USP). Este sistema permite que especialistas do Hospital do Coração de São Paulo (Hcor) acompanhem as cirurgias em tempo real, utilizando câmeras que transmitem cada etapa do procedimento cirúrgico.
Segundo a cardiologista pediatra do Hospital Infantil Albert Sabin, Geni Medeiros, “Eles monitoram o paciente à distância, desde a visualização por uma câmera, que fica na cabeça do cirurgião… contribuem com sugestões e discutem melhores práticas”
They monitor the patient remotely, from the visualization through a camera on the surgeon’s head… they contribute suggestions and discuss best practices
(“Eles monitoram o paciente à distância, desde a visualização por uma câmera, que fica na cabeça do cirurgião… contribuem com sugestões e discutem melhores práticas.”)— Geni Medeiros, Cardiologista Pediatra, Hospital Infantil Albert Sabin
. Assim, a pequena Laura foi operada sob esta supervisão em agosto, contribuindo para a redução das complicações pós-operatórias.
Implicações para a saúde pública
O projeto Congênitos é vital, uma vez que os hospitais enfrentam limitações para realizar cirurgias de alta complexidade. A iniciativa busca aprimorar os protocolos de atendimento e aumentar a capacidade de tratamento. Ieda Jatene, líder médica do Hcor, enfatiza que “se você fizer a cirurgia no momento certo… essa criança vai ter uma sobrevida ótima”
If you perform the surgery at the right time… that child will have an excellent survival rate
(“Se você fizer a cirurgia no momento certo… essa criança vai ter uma sobrevida ótima.”)— Ieda Jatene, Líder Médica, Hospital do Coração de São Paulo
. Com a previsão de realizar 60 cirurgias teleorientadas até o próximo ano, o projeto tem potencial para transformar o cenário de cardiopatia infantil nas regiões mais carentes do país.
Este sistema integrado apresenta-se como uma solução com impacto direto na qualidade de vida das crianças e nas demandas cirúrgicas do SUS, propondo avanço na saúde pública e na assistência médica especializada.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)