
São Paulo — InkDesign News — A Embraer reafirmou nesta terça-feira (6) as previsões para 2025, apontando que as sobretaxas de importação impostas pelos Estados Unidos tiveram “impacto limitado” até o momento, mas o presidente-executivo defendeu o retorno das tarifas zero para o setor de aviação.
Panorama econômico
Em um cenário marcado por tensões comerciais globais e a busca por estabilidade nos mercados de câmbio e juros, a Embraer, terceira maior fabricante mundial de aeronaves, depois da Airbus e Boeing, enfrenta desafios decorrentes das tarifas impostas pelos EUA. O contexto envolve políticas protecionistas e disputas comerciais, especialmente entre Estados Unidos e países fornecedores, afetando diferentes setores industriais, incluindo o aeroespacial.
Indicadores e análises
A Embraer mantém a expectativa de entregar entre 77 e 85 jatos comerciais e entre 145 e 155 aeronaves executivas durante este ano. A companhia destacou que o uso de componentes norte-americanos ajudou a mitigar o impacto das tarifas do governo de Donald Trump. No primeiro trimestre, período tipicamente mais fraco para o setor, a receita líquida da Embraer cresceu 23% em relação ao mesmo período de 2023, alcançando US$ 1,1 bilhão — o maior valor para o período desde 2016.
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais que dobrou, atingindo US$ 108,6 milhões, com a margem Ebitda subindo de 5,2% para 9,8%. No entanto, a empresa reportou um prejuízo ajustado de US$ 0,40 por ação, abaixo do esperado pelo mercado, que projetava lucro de US$ 0,01 por ação.
“Apesar dessa frustração, os resultados operacionais da empresa parecem sólidos”
(“Despite this frustration, the company’s operational results appear solid”)— Analistas do Citi
Impactos e previsões
A empresa indicou que as tarifas podem reduzir as margens operacionais em cerca de 90 pontos-base neste ano. Para conter essa pressão, a Embraer implementou mudanças operacionais para limitar a exposição de suas linhas de jatos executivos Phenom e Praetor ao conflito comercial, enquanto a unidade de aviação comercial não sofreu impactos no primeiro trimestre.
O presidente-executivo, Francisco Gomes Neto, ressaltou o apelo conjunto da Embraer e outras empresas pelo retorno da política de tarifa zero para o setor de aviação, “que tem sido o caso há várias décadas”. Ele destacou que o setor é “altamente globalizado”.
“Nós nos juntamos a outras empresas no apelo pelo retorno da política de tarifa zero para aviação, como tem sido o caso há várias décadas”
(“We have joined other companies in calling for the return of the zero tariff policy for aviation, as has been the case for several decades”)— Francisco Gomes Neto, Presidente-Executivo, Embraer
No mercado financeiro, as ações da Embraer, que mais que dobraram de valor em 2024 e atingiram uma máxima histórica no início do ano, recuavam 0,3%, enquanto o índice Ibovespa subia 0,2% no começo da tarde dessa terça-feira.
Com a indústria aeronáutica sob pressão por tarifas comerciais e oscilações macroeconômicas globais, as próximas decisões governamentais e ajustes estratégicos das fabricantes serão determinantes para a continuidade da trajetória da Embraer no mercado internacional.
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Fonte: (CNN Brasil – Economia)