Descoberta de espécie de tartaruga sobreviveu à extinção dos dinossauros

São Paulo — InkDesign News — Paleontologistas descreveram um novo gênero e espécie de tartaruga stem-chelydrid, denominada Tavachelydra stevensoni, a partir de carapaças fossilizadas completas e material associado encontrado na formação Denver, datada do início do Paleoceno, no Colorado.
Contexto da descoberta
A descoberta de Tavachelydra stevensoni ocorreu na área de estudo de Corral Bluffs, em El Paso County, Colorado, e remonta a um período entre 66 e 65 milhões de anos atrás, logo após a extinção em massa do Cretáceo. O gênero pertence à família Chelydridae, que já inclui pelo menos sete gêneros extintos e dois vivos.
“Embora não seja um clado diverso, as tartarugas chelydrid são um componente comum da maioria dos ecossistemas de água doce da América do Norte”, afirma Dr. Tyler Lyson do Museu de História Natural de Denver.
Métodos e resultados
Os fósseis de Tavachelydra stevensoni, incluindo carapaças e esqueletos de dois indivíduos, foram encontrados em depósitos de água estagnada, sugerindo que a espécie habitava ambientes aquáticos semelhantes. A carapaça apresenta um comprimento reto de quase 50 cm, posicionando-a como uma das tartarugas maiores do início do Paleoceno na bacia de Denver.
Além disso, a pesquisa identificou outra espécie, Denverus middletoni, na mesma região, com um tamanho consideravelmente menor, o que “provavelmente ajudou a reduzir a competição entre as duas chelydrids com áreas geográficas sobrepostas”, destacam os paleontologistas.
Implicações e próximos passos
A dieta de Tavachelydra stevensoni parece ser durofágica, caracterizada por um crânio grande e superfícies triturantes largas, que são típicas de animais que consomem organismos de concha dura, como moluscos e crustáceos. “Isso sugere que Tavachelydra stevensoni e Denverus middletoni ocupavam nichos ecológicos diferentes”, explicam os pesquisadores.
“Tartarugas com uma dieta durofágica apresentam maior sobrevivência na extinção em massa do Cretáceo em comparação àquelas com dietas não durofágicas.”
(“Interestingly, turtle species with a durophageous diet have a higher survivorship across the end-Cretaceous mass extinction compared to turtles with a non-durophageous diet.”)— Dr. Tyler Lyson, Paleontólogo, Museu de História Natural de Denver
O estudo foi publicado na revista Swiss Journal of Palaeontology, e a descoberta sublinha a importância da pesquisa paleontológica na compreensão da vida aquática no início do Paleoceno na América do Norte, com implicações diretas para as futuras linha de pesquisa em paleoecologia.
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