
Rio de Janeiro — InkDesign News —
A leishmaniose, doença zoonótica que afeta humanos e animais, será discutida em profundidade no 1º Fórum Transacional de Zoonoses – Direito ao Tratamento, que acontece nesta quarta-feira (20) no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB/RJ). O evento, realizado pela ABRAESCA em parceria com o CRMV-RJ, visa conscientizar sobre os impactos da leishmaniose na saúde pública e no bem-estar animal durante o mês de Agosto Verde.
Contexto e objetivos
A leishmaniose é uma doença transmitida principalmente pelo mosquito Lutzomyia longipalpis e apresenta sérios riscos à saúde pública. Com 386 casos registrados em cães no Rio de Janeiro em 2024 e ao menos 80 até março de 2025, a doença demanda atenção urgente. Os bairros com maior incidência são Benfica, Engenho Novo, e Piedade, todos na zona norte da capital. Neste contexto, o fórum busca abordar a conscientização e a notificação de casos, principalmente devido à subnotificação observada por medo de eutanásia dos animais afetados.
Metodologia e resultados
O evento contará com palestrantes de diferentes instituições, incluindo a Anvisa e o Ministério Público, que discutirão as melhores práticas para o enfrentamento da leishmaniose. “É uma zoonose que acomete mamíferos. Tem um desconhecimento muito grande em relação à doença e uma falta de notificação nos animais”, alertou a presidente da ABRAESCA, Tifanny Barbara Cotta Pinheiro Pires. Em pesquisa de casos entre 2012 e 2025, foram confirmados 52 casos humanos, com 21 autóctones, indicando a necessidade de ações de saúde mais eficazes.
Implicações para a saúde pública
A subnotificação e a falta de informação sobre a leishmaniose são alarmantes. A presidente da ABRAESCA enfatizou a necessidade de campanhas de conscientização: “Não adianta a gente só cuidar da gente. Tem que cuidar do meio ambiente, dos animais e de todas as zoonoses.” O tratamento, embora inicialmente custoso, pode ser viável e até gratuito em algumas localidades, como Florianópolis. O diagnóstico precoce nos cães, principal vetor da infecção, é fundamental para o controle da doença e a proteção de outras espécies, incluindo humanos.
Recomenda-se uma abordagem integrada que inclua a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada, com ênfase na criação de políticas públicas eficazes para tratamento e prevenção da leishmaniose.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)