
Nova York — InkDesign News — A busca por alternativas sustentáveis no transporte urbano ganhou uma nova dimensão com a aquisição de veículos elétricos problemáticos, trazendo à tona questões críticas sobre inovação e sustentabilidade no setor automotivo.
Contexto e lançamento
A American Lease, uma empresa sediada em Nova York, comprou cerca de 2.800 veículos elétricos da Fisker por aproximadamente US$ 45 milhões, como parte da iniciativa Green Rides da cidade. A Fisker, anteriormente uma promissora fabricante de automóveis elétricos, declarou falência após enfrentar sérios problemas de qualidade e segurança com seu modelo de SUV, o Ocean. Apesar de ter produzido mais de 10.000 unidades em 2023, a apenas 4.929 foram entregues aos consumidores, em um cenário marcado por recalls e deficiências técnicas.
Design e especificações
O Fisker Ocean foi projetado como um SUV de luxo, prometendo uma experiência diferenciada para o usuário. Contudo, logo após seu lançamento em 2020, o modelo foi alvo de críticas de reguladores por vários problemas de segurança que resultaram em um recall abrangente. Dentre as falhas, destacam-se a perda repentina de potência, a incapacidade de abertura das portas em emergências e falhas no sistema de software, que não atende aos requisitos de segurança. A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) encontrou que “uma porta que falha em abrir pode impedir os ocupantes de saírem em uma emergência”
“uma porta que falha em abrir pode impedir os ocupantes de saírem em uma emergência, aumentando o risco de lesões”
(“a door that fails to open can prevent occupants from exiting in an emergency, increasing the risk of injury.”)— National Highway Traffic Safety Administration
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Repercussão e aplicações
A compra dos veículos pela American Lease foi realizada por cerca de US$ 16.000 cada, um valor consideravelmente inferior ao preço original de US$ 70.000. Essa transação evidencia uma nova dinâmica no mercado de veículos elétricos, onde o interesse por alternativas sustentáveis pode levar a operadores de frota a adquirirem modelos de empresas falidas. O problema, no entanto, é que um veículo com um histórico de problemas técnicos pode não sobreviver até o prazo de 2030, estipulado pela cidade para que todos os veículos de aplicativos sejam isentos de emissões. Josh Bleiberg, vice-presidente executivo da American Lease, observou:
“Não antecipamos que esses carros durem muito além de 150.000 a 200.000 milhas”
(“We don’t anticipate these cars lasting much past 150,000 to 200,000 miles.”)— Josh Bleiberg, Vice-presidente Executivo, American Lease
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Embora a iniciativa Green Rides da cidade de Nova York pretenda promover a sustentabilidade, o uso de SUVs de um fabricante falido levanta questões sérias sobre a viabilidade e a verdadeira intenção por trás de tal política. À medida que o mercado continua a evoluir, a dependência de veículos problemáticos e não suportados pode se tornar um ponto de estrangulamento para o futuro do transporte sustentável na cidade.
À medida que os consumidores e operadores de frota enfrentam um dilema sobre a confiabilidade e o futuro dos veículos elétricos, as consequências dessa decisão podem delinear novas tendências no setor automotivo nas próximas décadas.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)