
São Paulo — InkDesign News — A recente decisão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, liderado por Robert F. Kennedy Jr., de encerrar o financiamento para o desenvolvimento de vacinas de mRNA levanta questões sobre a eficácia e segurança dessas tecnologias na biotecnologia e saúde pública.
Contexto científico
A motivação para o desenvolvimento de vacinas de mRNA surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando se observou a eficácia dessas vacinas na proteção contra infecções respiratórias. A nova abordagem baseia-se na capacidade de produção rápida e eficiente do mRNA, uma técnica que pode ser aplicada não apenas ao coronavírus, mas também a outros vírus, como o da gripe. Instituições como o National Institutes of Health (NIH) e diversas universidades têm focado esforços nessa área, buscando desenvolver vacinas universais que ofereçam maior proteção contra múltiplas cepas da gripe.
Metodologia e resultados
As vacinas de mRNA utilizam uma sequência genética codificadora da proteína alvo, que é introduzida nas células do paciente. Essa tecnologia permite que o corpo humano produza a proteína do patógeno, gerando uma resposta imune. Protocolos de avaliação de segurança têm sido impostos, com mais de 100 milhões de pessoas monitoradas após a vacinação. Os dados indicam que a maioria dos efeitos colaterais relatados são leves, como fadiga e sintomas semelhantes aos da gripe, embora ocorram casos raros de condições mais severas, como miocardite.
“Os dados mostram que essas vacinas falham em proteger efetivamente contra infecções respiratórias superiores como Covid e gripe.”
(“The data show these vaccines fail to protect effectively against upper respiratory infections like covid and flu.”)— Robert F. Kennedy Jr., Diretor, Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA
Implicações clínicas
O aumento no risco de miocardite e pericardite em homens jovens é um tópico de preocupação, embora a pesquisa indique que a incidência desse risco é ainda menor quando comparada àqueles que contraem Covid-19. As vacinas, embora eficazes, não têm sido isentas de controvérsias, reflexo de um problema de confiança pública que se agrava. A falta de apoio da população pode comprometer a implementação de futuras estratégias de vacinação.
“Um sistema que carece de credibilidade entre as pessoas que busca proteger não pode cumprir sua missão de saúde pública.”
(“A platform that lacks credibility among the people it seeks to protect cannot fulfill its public health mission.”)— Jay Bhattacharya, Diretor, NIH
A incerteza em torno das vacinas de mRNA e a percepção pública são desafios significativos a serem enfrentados. Nos próximos meses, os dados de eficácia e segurança deverão orientar futuras pesquisas na área, além de moldar a estratégia das agências de saúde em relação ao uso de tecnologias de mRNA.
Fonte: (MIT Technology Review – Biotecnologia e Saúde)