
Brasília — InkDesign News — A deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) relatou, na última segunda-feira (5), ter sido barrada no acesso à Câmara dos Deputados, mesmo portando o broche que a identifica como parlamentar, recebendo questionamentos sobre sua legitimidade para entrar nos espaços da Casa.
Contexto político
O episódio ocorrido na Câmara dos Deputados ocorre em um momento de maior visibilidade das pautas relacionadas à diversidade e à inclusão dentro do Legislativo brasileiro. A questão da legitimidade e reconhecimento de parlamentares, especialmente mulheres negras, remete a um histórico mais amplo de desafios enfrentados por representantes minoritários no cenário político nacional.
Apesar do protocolo claro de identificação com o uso do broche oficial dos deputados federais, a dificuldade relatada por Enfermeira Rejane expõe tensões existentes no cotidiano do exercício do mandato e levanta discussões sobre procedimentos internos de segurança e respeito à diversidade no Legislativo.
Reações e debates
A deputada declarou frente ao plenário: “Ao adentrar aqui agora, com o uso do broche, fui barrada para saber se sou ou não deputada. Só que isso está acontecendo todas as vezes que entro no elevador, que entro no prédio. Não sei se é por conta da minha roupa, não sei se é por conta da minha cor”.
“Infelizmente, quando uma mulher negra ocupa um espaço de poder, ainda tentam colocar em dúvida sua legitimidade. Isso é inaceitável — e eu não vou me calar diante do preconceito”.
— Deputada Enfermeira Rejane, PCdoB-RJ
O episódio motivou a intervenção do presidente em exercício da Câmara, deputado Lula da Fonte (PP-PE), que anunciou a abertura de uma apuração pela Polícia Legislativa para investigar o ocorrido e identificar as causas do impedimento.
“Quero fazer esse registro e pedir providências de Vossa Excelência”.
— Deputada Enfermeira Rejane, PCdoB-RJ
Desdobramentos e desafios
A situação evidencia desafios que ultrapassam o âmbito da segurança institucional e se conectam com a necessidade de promover um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os parlamentares, independentemente de cor, gênero ou posição política. A partir das investigações solicitadas, a Câmara poderá revisar e aprimorar os seus protocolos internos para evitar que situações similares voltem a acontecer, reforçando mecanismos que assegurem o reconhecimento inequívoco dos deputados e deputadas.
Além disso, o caso tem potencial para influenciar debates sobre a representação e barreiras enfrentadas por parlamentares de grupos historicamente marginalizados, apontando para a necessidade de políticas públicas e culturais de combate ao preconceito dentro do Legislativo e na sociedade em geral.
Espaços como a Câmara dos Deputados, enquanto instâncias centrais da democracia brasileira, enfrentam o desafio constante de garantir que os direitos e a dignidade de seus membros sejam plenamente respeitados, fortalecendo a confiança pública nas instituições políticas.
Fonte: (CNN Brasil – Política)