
São Paulo — InkDesign News — No cenário atual da tecnologia e informação, a Google anunciou uma nova funcionalidade chamada “Preferred Sources”, marcando uma tentativa de personalizar a experiência de busca dos usuários em meio a uma crescente insatisfação com a qualidade de seus resultados.
Contexto e lançamento
A decisão da Google de introduzir o recurso “Preferred Sources” surge em um contexto onde a confiança dos usuários em suas buscas tem sido desafiada. Nos últimos anos, a empresa tem enfrentado críticas severas sobre a eficácia de seu algoritmo de busca, especialmente com relação à presença de resultados patrocinados e conteúdos manipulados por técnicas de SEO. O enfrentamento dessa crise de credibilidade leva a companhia a implantar um sistema que permite que os usuários escolham suas fontes de informação preferidas, uma abordagem que visa colocar nas mãos do leitor o controle sobre o que deseja consumir.
Design e especificações
Com a funcionalidade “Preferred Sources”, usuários poderão selecionar suas publicações favoritas — sejam elas jornais nacionais, blogs locais ou sites de nicho. Após a seleção, a Google integrará as publicações escolhidas nas seções de maior destaque, como a seção “Top Stories” e uma nova área intitulada “From your sources.” Não há limites quanto ao número de fontes que um usuário pode adicionar à sua lista, fato que amplia a personalização e, potencialmente, a fragmentação do consumo de notícias. A interface incluirá um ícone apresentado nas buscas, que, ao ser ativado, permitirá o acesso direto a uma lista de fontes a serem escolhidas.
Repercussão e aplicações
A introdução do recurso provocou reações diversas no ecossistema de publicações e entre os usuários. A Google informou que também disponibilizará ferramentas para os editores incentivarem leitores a adicionar suas publicações à lista de fontes preferidas, incluindo um botão de “Adicionar como fonte preferida no Google.” Entretanto, críticos levantam preocupações sobre a possível criação de bolhas de informação, onde usuários reforçam suas próprias visões ao escolher apenas fontes alinhadas às suas perspectivas. “A questão é se permitir que o público escolha suas próprias fontes não resulta em um reforço das crenças pessoais, em vez de uma diversidade de opiniões”, reflete um especialista em mídias digitais.
“A questão é se permitir que o público escolha suas próprias fontes não resulta em um reforço das crenças pessoais, em vez de uma diversidade de opiniões.”
(“The question is whether allowing the public to choose their own sources results in a reinforcement of personal beliefs instead of a diversity of opinions.”)— Especialista em Mídias Digitais
Além das implicações diretas nas buscas, a Google nega que sua atuação com inteligência artificial e resumos tenha afetado negativamente o tráfego de publicações, apesar de diversas evidências que sugerem o contrário. “A empresa rejeita a ideia de que os resultados estão se deteriorando devido a manipuladores de SEO ou conteúdos produzidos por IA”, afirmam fontes próximas à companhia.
“A empresa rejeita a ideia de que os resultados estão se deteriorando devido a manipuladores de SEO ou conteúdos produzidos por IA.”
(“The company rejects the idea that results are deteriorating due to SEO manipulators or AI-generated content.”)— Fonte Próxima à Google
Com a emergência dessa nova funcionalidade, a Google parece estar se adaptando a um mercado cada vez mais exigente em relação à transparência e qualidade da informação. Esta abordagem pode moldar futuros lançamentos, onde a curadoria de conteúdo se tornará essencial, contribuindo assim para um debate renovado sobre a responsabilidade das plataformas digitais na disseminação de notícias.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)