
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos observaram duas galáxias massivas engajadas em uma batalha gravitacional a 700 milhões de anos-luz da Terra, revelando pela primeira vez um tênue feixe de estrelas sendo transferido de uma para a outra.
Detalhes da missão
As observações foram realizadas no aglomerado de galáxias Abell 3667, onde os cientistas descobriram uma ponte de estrelas de aproximadamente um milhão de anos-luz, conectando as duas galáxias mais brilhantes do grupo. De acordo com os pesquisadores, este aglomerado é resultado da fusão de dois aglomerados menores que começaram a se unir há cerca de um bilhão de anos, cada um possuindo sua própria galáxia central dominante. À medida que essas galáxias e suas galáxias satélites continuam a se unir, essa ponte de estrelas oferece uma visão incomum sobre a história do aglomerado e as forças gravitacionais envolvidas.
Tecnologia e objetivos
A ponte detectada é composta de luz intracluster (ICL), um brilho difuso gerado por estrelas arrancadas de suas galáxias de origem pela intensa gravidade. A equipe, liderada por Anthony Englert, utilizou 28 horas de observações acumuladas ao longo de vários anos, empregando a Dark Energy Camera no Observatório Inter-Americano de Cerro Tololo, no Chile. “Foi uma feliz coincidência que tantas pessoas imaginavam Abell 3667 ao longo dos anos, conseguindo, assim, empilhar todas essas observações,” afirmou Englert.
A distribuição dessa luz deve espelhar a distribuição da matéria escura, então fornece uma forma indireta de ‘ver’ a matéria escura.“
(“The distribution of this light should mirror the distribution of dark matter, so it provides an indirect way to ‘see’ the dark matter.”)— Ian Dell’Antonio, Co-autor do estudo, Universidade Brown
Próximos passos
O estudo reforça descobertas que deverão se tornar comuns com a futura operação do Observatório Vera C. Rubin, que deve iniciar operações completas ainda este ano ou no início de 2026. O estudo supervisionado, chamado Legacy Survey of Space and Time (LSST), mapeará o céu do hemisfério sul em detalhe sem precedentes ao longo de um período de dez anos, destacando aglomerados de galáxias como Abell 3667. “O que fizemos é apenas uma pequena fração do que Rubin será capaz de realizar,” concluiu Englert.
Esta pesquisa foi publicada em 5 de agosto na revista The Astrophysical Journal, sublinhando a importância e os possíveis avanços na exploração do espaço e no entendimento das estruturas cósmicas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)