
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela a descoberta do primeiro exemplar de juvenil não ambíguo do gênero Pleurosaurus, um grupo de répteis aquáticos que viveu durante o período Jurássico Superior, há aproximadamente 150 milhões de anos na região que hoje corresponde à Alemanha.
Contexto da descoberta
Os rhynchocephalians, parentes próximos de lagartos e serpentes, incluem o tuatara, que ainda existe hoje. O gênero Pleurosaurus é considerado o mais abundante desse grupo nas camadas do Jurássico Superior, especialmente nas formações de Canjuers e Cerin, na França, e no Arquipélago de Solnhofen, na Alemanha. Com mais de 15 espécimes descritos, a pesquisa focava em preencher uma lacuna em conhecimentos sobre sua fase juvenil.
Métodos e resultados
O novo espécime foi encontrado na Formação Mörnsheim, próxima a Mühlheim, Alemanha. “Fossil é particularmente interessante porque mostra características de um animal jovem”, afirma a equipe de paleontólogos. O fóssil apresenta dentes pequenos, sem sinais de desgaste, e com ossos ainda em desenvolvimento. O recém-descoberto juvenil de Pleurosaurus traz à tona a discussão sobre o gênero Acrosaurus, que por algum tempo foi considerado um jovem Pleurosaurus sem evidências concretas para apoiar essa hipótese.
“O novo fóssil mostra muitas semelhanças com aqueles anteriormente atribuídos a Acrosaurus, sugerindo que este último pode não ser um gênero separado, mas simplesmente um filhote de Pleurosaurus.”
(“The new fossil shows many similarities to those previously attributed to Acrosaurus, suggesting that the latter may not be a separate genus but simply a hatchling of Pleurosaurus.”)— Dr. Victor Beccari, Pesquisador, SNSB-Bayerische Staatssammlung für Paläontologie und Geologie
As características esqueléticas observadas neste juvenil são cruciais para entender melhor o crescimento e desenvolvimento dos Pleurosaurus, preenchendo uma importante lacuna na pesquisa sobre esses répteis extintos. Os cientistas identificaram que essas características juvenis, como a formação de vértebras ainda em progresso, contrastam com os espécimes adultos, indicando um desenvolvimento distinto.
Implicações e próximos passos
A descoberta não apenas enriquece o entendimento sobre a biologia evolutiva dos rhynchocephalians, mas também pode levar a revisões na classificação de outros gêneros dentro desse grupo. Conforme mencionado pela equipe de pesquisa, “anos de tentativas para entender como esses animais cresceram e se desenvolveram foram impulsionados por este novo fóssil.”
Com a publicação do estudo na revista The Anatomical Record, as próximas investigações podem focar em identificar mais espécimes juvenis e suas relações evolutivas, ampliando o conhecimento sobre a diversidade e a evolução dos répteis marinhos do passado.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)