
São Paulo — InkDesign News — Em um avanço notável na biotecnologia da saúde reprodutiva, o bebê Thaddeus se tornou o “mais antigo bebê do mundo”, nascendo de um embrião congelado por mais de 30 anos, colocando em destaque a capacidade e as implicações da criopreservação de embriões.
Contexto científico
Nos últimos anos, a criopreservação de embriões tornou-se uma prática comum nas clínicas de fertilidade. Com milhões de embriões armazenados globalmente, este campo é impulsionado por inovações tecnológicas e o aumento da popularidade da fertilização in vitro (IVF). Segundo Archerd, especialista em embriologia, “as técnicas de preservação, como o uso de nitrogênio líquido, têm demonstrado eficácia na manutenção da viabilidade dos embriões ao longo do tempo”. Essa técnica é crucial, especialmente para pacientes que desejam adiar a gestação ou que não conseguem conceber naturalmente.
Metodologia e resultados
A criação de embriões congelados normalmente utiliza o processo de fertilização in vitro, onde óvulos e espermatozoides são combinados em laboratório. Após a fertilização, os embriões são desenvolvidos até um estágio específico e, em seguida, congelados a temperaturas de -196 °C (-321 °F). Thaddeus, por exemplo, foi concebido a partir de um embrião criado em 1992. Embora a maioria dos embriões congelados não seja utilizada, a taxa de sucesso na reintegração desses embriões, mesmo após décadas, sugere que as práticas de congelamento e descongelamento estão se tornando cada vez mais eficientes.
Implicações clínicas
As histórias de Thaddeus e de outros bebês nascidos de embriões antigos levantam questões importantes sobre a ética e a regulamentação da criopreservação. Muitos centros de fertilidade impõem limites de idade para o uso de embriões, o que pode levar a questões sobre o que acontece com os embriões que não são utilizados por seus criadores. Além disso, a possibilidade de reanimar embriões após longos períodos abre um debate sobre as implicações legais e emocionais para as famílias envolvidas. “Não sabemos quantos outros Thaddeus podem existir e quais são os direitos desses embriões”, observa Archerd.
Portanto, a história de Thaddeus não é apenas um marco da biomedicina, mas também um convite a refletir sobre as futuras práticas e regulamentações na área da saúde reprodutiva, destacando um campo que continua a evoluir.
Fonte: (MIT Technology Review – Biotecnologia e Saúde)