Presidente do BC da China pede união asiática contra tarifas para proteger investimento

Milão — InkDesign News — O presidente do Banco Central da China (PBoC), Pan Gongsheng, pediu, nesta semana em reunião realizada em Milão, que as nações da Ásia aprofundem a cooperação diante dos impactos provocados pelas tarifas unilaterais dos Estados Unidos, ressaltando a necessidade de fortalecer mecanismos regionais para mitigar riscos à estabilidade econômica e financeira da região.
Panorama econômico
O encontro ocorreu no contexto da reunião dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do mecanismo ASEAN+3 (composto pelos dez países da ASEAN, China, Japão e Coreia do Sul). A pauta central abordou os efeitos das políticas tarifárias dos Estados Unidos sobre a macroeconomia global e regional, em um ambiente marcado por tensões comerciais e pressões inflacionárias. A China detalhou medidas macroeconômicas adotadas para assegurar estabilidade econômica tanto regional quanto global, ainda que sem divulgar detalhes específicos dessas políticas.
Indicadores e análises
No âmbito do encontro, foi aprovada a criação de um novo instrumento de financiamento rápido na Iniciativa Chiang Mai (ICM), instrumento que viabilizará aportes em yuan e outras moedas livremente conversíveis para fortalecer a rede de segurança financeira regional. Para o Banco Central chinês, essa iniciativa representa um movimento “histórico” para a cooperação monetária da região. Segundo Pan Gongsheng, o atual cenário é afetado pelo “unilateralismo [que] está minando o sistema multilateral de comércio baseado em regras”, gerando “incertezas e riscos para a região 10+3” (“unilateralism is undermining the rules-based multilateral trading system,” generating “uncertainties and risks for the 10+3 region”).
“Nesse contexto, é essencial aprimorar o mecanismo da ICM e fortalecer a rede de segurança financeira regional”
(“In this context, it is essential to enhance the ICM mechanism and strengthen the regional financial safety net”)— Pan Gongsheng, Presidente do Banco Central da China
O formato ampliado do ICM busca oferecer maior flexibilidade e rapidez para responder a choques financeiros regionais, em especial diante de possíveis volatilidades causadas por disputas tarifárias e o cenário macroeconômico mundial em transformação.
Impactos e previsões
A união sugerida por Pan Gongsheng objetiva mitigar impactos adversos sobre comércio, investimentos e crescimento do PIB regional. A pressão tarifária dos Estados Unidos impacta cadeias produtivas asiáticas e altera fluxos comerciais, afetando a inflação local e podendo induzir ajustes nos juros. A cooperação econômica intensificada pode promover maior estabilidade para países da ASEAN+3, reduzindo vulnerabilidades, especialmente em países mais expostos a volatilidades externas.
“Exortou os países da região a unirem-se contra o impacto das tarifas dos EUA” (“He urged countries in the region to unite against the impact of US tariffs”)
— Comunicado do Banco Central da China
Além das discussões multilaterais em Milão, Pan Gongsheng realizou encontros bilaterais com autoridades do Japão, Coreia do Sul e Malásia para fortalecer o alinhamento político-econômico regional. Os próximos passos incluem o aprimoramento operacional do novo instrumento financeiro rápido e acompanhamento das respostas dos EUA, em um cenário econômico global marcado por incertezas e riscos.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)