
Inteligência Artificial e Machine Learning no Artesanato Tradicional Japonês
Recentemente, a interseção entre inteligência artificial (IA) e métodos tradicionais como Nishijinori, uma técnica de tecelagem japonesa, tem atraído a atenção de pesquisadores e artesãos. O uso de machine learning nesse contexto visa não apenas a preservação da arte, mas também a inovação em designs nem sempre pensados por mãos humanas.
Contexto da pesquisa
A técnica Nishijinori, que remonta a mais de mil anos na antiga capital do Japão, Kyoto, enfrenta desafios significativos em um tempo marcado pela modernidade e pela diminuição da demanda por quimonos. Hironori Fukuoka, sucessor de uma linhagem de tecelagem, busca ativamente novas maneiras de manter viva essa tradição.
Método proposto
A pesquisa conduzida em colaboração com o Sony Computer Science Laboratories utiliza IA para sugerir designs para tecidos. O aprendizado de máquina é implementado alimentando a IA com padrões existentes de Nishijinori, permitindo que ela gere novas ideias que, à primeira vista, podem ser inusitadas. O modelo utilizado é semelhante ao Generative Adversarial Network (GAN), no qual a IA propõe padrões em um formato digital, o que facilita a análise e ajuste por seres humanos.
Resultados e impacto
As propostas desenvolvidas pela IA incluem padrões como um design ousado em preto e laranja com um toque tropical, que mudaram a forma de pensar sobre o que a tecelagem tradicional pode oferecer.
“Estou inclinado a escolher padrões que utilizam motivos de folhas, algo que um humano não teria pensado.”
(“I am immediately drawn to the one that uses a motif of a leaf to define the angular lines of a traditional pattern, something a human wouldn’t have thought of.”)— Hironori Fukuoka, Tecelão, Fukuoka Weaving
Isso destaca a utilidade da IA em fornecer várias sugestões em segundos, acelerando o processo criativo. Além disso, a colaborações entre humanos e máquinas podem inspirar novas aplicações no design de materiais duráveis, como para varas de pesca e aeronaves.
As kimonos de Nishijinori, que podem chegar a um custo de um milhão de ienes (aproximadamente 6.700 dólares), continuam a ser um mercado em declínio, com muitos preferindo alugar em vez de comprar. Essa pesquisa não só revitaliza o interesse pelos quimonos, mas também traz novos desafios relacionados à acessibilidade e ao aprendizado das técnicas complexas necessárias para a vestimenta.
A possível integração da IA em outras áreas da cultura japonesa, como a cerimônia do chá e outros elementos artísticos, aponta para uma futura colaboração frutífera entre tradição e modernidade, expandindo as fronteiras da criatividade humana.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)