
Curitiba — InkDesign News — O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) inauguraram a Wolbito do Brasil, a maior biofábrica do mundo dedicada à criação de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, visando impedir o desenvolvimento de vírus causadores de dengue, chikungunya e zika.
Contexto e objetivos
As arboviroses, incluindo dengue, chikungunya e zika, representam um significativo desafio à saúde pública no Brasil, abrangendo um alto custo de tratamento e um impacto substancial na qualidade de vida da população. A biofábrica tem como meta fornecer um novo método de controle populacional do mosquito transmissor, inicialmente atendendo ao Ministério da Saúde, que seleciona os municípios para a implementação do método, com base na incidência das arboviroses.
Metodologia e resultados
Com uma equipe de 70 funcionários, a biofábrica é capaz de produzir 100 milhões de ovos de Aedes aegypti por semana. O processo consiste em liberar mosquitos inoculados com as bactérias no ambiente, promovendo cruzamentos com a população local, resultando em descendentes que também portam a Wolbachia. Este método, já em teste desde 2014 em alguns municípios, demonstrou eficácia em reduzir a transmissão das doenças. A expectativa é que para cada R$ 1 investido, a economia do governo em medicamentos e tratamentos varia entre R$ 43,45 e R$ 549,13.
“A inauguração dessa fábrica coloca o Brasil, por meio dessa associação da Fiocruz com o Tecpar, aqui no Paraná, na linha de frente dessa tecnologia para todo mundo.”
(“The inauguration of this factory puts Brazil, through this partnership between Fiocruz and Tecpar, here in Paraná, at the forefront of this technology for the whole world.”)— Alexandre Padilha, Ministro da Saúde
Implicações para a saúde pública
O método Wolbachia está em expansão para diversas cidades brasileiras, com próximo passo previsto para Balneário Camboriú e Blumenau, em Santa Catarina. As autoridades de saúde estão atualmente focadas na comunicação e no engajamento da população, preparando o terreno para a liberação dos mosquitos nas novas regiões. De acordo com a biofábrica, o método não utiliza mosquitos transgênicos e deve ser utilizado em conjunto com práticas de controle de vetores já estabelecidas.
“As wolbachias são um gênero de bactérias presente em mais da metade dos insetos do mundo.”
(“Wolbachia are a genus of bacteria found in more than half of the world’s insects.”)— Fiocruz
A expectativa é de que, com a eficácia demonstrada do método e a capacidade produtiva da biofábrica, haja uma redução significativa nas taxas de infecção por arboviroses no Brasil, promovendo saúde pública e aliviando os custos com tratamentos.
Fonte: Agência Brasil – Saúde