
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela detalhes cruciais sobre o comportamento dos coalas, documentando como e por quanto tempo esses marsupiais se locomovem no solo, o que poderá impactar significativamente as estratégias de conservação da espécie.
Contexto da descoberta
A pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Queensland e da Universidade da Sunshine Coast destaca que, apesar de os coalas passarem cerca de 10 minutos por dia no chão, essa interação com o solo está associada a dois terços das mortes registradas da espécie. Nos últimos trinta anos, a população de coalas na Austrália diminuiu em impressionantes 54%. O estudo fundamentalmente investiga como esses animais movem-se no solo, principalmente em relação a riscos como atropelamentos e ataques de cães.
Métodos e resultados
Adotando uma abordagem inovadora, os pesquisadores utilizaram acelerômetros, dispositivos que capturam movimentos em três dimensões com alta frequência, para monitorar 10 coalas na natureza ao longo de 8 dias. Os resultados mostraram que os coalas visitaram o chão em média três vezes por dia, totalizando apenas 45 minutos. Durante essas saídas, a distância média percorrida foi de 260 metros, movendo-se em média a 1,7 km/h, com algumas corridas atingindo 10,4 km/h.
“O que nos surpreendeu foi a infrequência e brevidade com que utilizam o chão — apenas 2-3 vezes por noite, com uma média de 10 minutos, ou menos de 1% de seu dia.”
(“What surprised us was how infrequently and briefly they use the ground — just 2-3 times per night, averaging around 10 minutes in total, or less than 1% of their day.”)— Gabriella Sparkes, Ph.D., Universidade de Queensland
Implicações e próximos passos
Com esses dados, os pesquisadores buscam identificar condições ambientais que incentivam os coalas a permanecerem nas árvores por mais tempo. O objetivo é projetar ou gerenciar paisagens que reduzam a necessidade de movimentação no chão, que é onde estão os perigos. A pesquisa não apenas contrasta com estudos anteriores, que utilizavam rastreamento tradicional de GPS, mas também fornece uma nova visão sobre o movimento específico dos coalas entre árvores.
A pesquisa abre portas para futuras investigações sobre como coalas interagem em habitats cada vez mais fragmentados, contribuindo para uma gestão de habitat mais eficaz. A abordagem promete direcionar esforços de conservação priorizando tipos de vegetação específicos e melhorando a conectividade da copa das árvores.
Estas novas descobertas sobre os coalas podem influenciar significativamente as abordagens para sua proteção e conservação no futuro, destacando a importância de uma gestão ambiental abrangente.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)