São Paulo — InkDesign News —
A nova abordagem utilizando machine learning e ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, está demonstrando potencial na melhoria da comunicação para pessoas com distúrbios da linguagem, como a afasia.
Contexto da pesquisa
A afasia, muitas vezes resultante de AVC ou lesões cerebrais, afeta milhões em todo o mundo, limitando a capacidade de falar, escrever e compreender a linguagem. Este estudo está sendo conduzido por fonoaudiólogos da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), que buscam integrar novas tecnologias aos métodos tradicionais de terapia.
Método proposto
No processo de terapia, os alunos de mestrado em fonoaudiologia da UTS utilizam o ChatGPT para ajudar pacientes a formularem respostas e melhorarem a comunicação. O modelo a ser empregado é baseado em um sistema de geração de linguagem natural, utilizando prompts simples, como “escrever mensagem” e “ajudar a falar”, para guiar os pacientes.
“Começamos escolhendo um tópico que seja relevante para ele. Depois, o orientamos a usar comandos simples para navegar no ChatGPT de forma eficaz, ajudando-o a elaborar respostas com confiança.”
(“We start with choosing a topic that is relevant to him. Then we guide him in using simple prompts to navigate ChatGPT effectively, helping him craft responses with confidence.”)— Sarah Nehme, Estudante de Fonoaudiologia, UTS
A abordagem atende aos desafios de comunicação ao permitir que o paciente pratique e refine suas respostas até que esteja satisfeito.
Resultados e impacto
Os resultados preliminares mostram que pacientes como Nathan Johnston, que sofreu um AVC há 10 anos, relataram melhorias significativas na comunicação. Johnston, que anteriormente se limitava a respostas de uma ou duas palavras, agora consegue criar mensagens mais elaboradas com a ajuda da IA. Um exemplo disso é uma resposta desenvolvida por ele em troca de mensagens com sua mãe:
“Sim, ela se ajusta perfeitamente! Agradeço novamente por ter pensado em mim e trazido de volta da Espanha. É um presente muito atencioso, e eu simplesmente adoro!”
(“Yes, it fits perfectly! Thanks again for thinking of me and bringing it back from Spain. It’s such a thoughtful gift, and I absolutely love it.”)— Nathan Johnston, Paciente
A equipe da UTS reconhece que, apesar dos avanços, a acessibilidade às ferramentas de IA pode ser limitada pela desigualdade digital e diferentes níveis de alfabetização tecnológica.
“Para integrar a IA em nossa terapia, os clientes precisam ter habilidades tecnológicas básicas e algum nível de capacidade de ler e escrever, ao menos em nível de palavra única ou utilizar funções de fala para texto.”
(“In order to integrate generative AI into our therapy, clients need basic technology skills and some ability to read and write at least at the single-word level or use speech-to-text functions.”)— Dr. Cath Gregory, Professora de Fonoaudiologia, UTS
Com o avanço da tecnologia, espera-se que a IA generativa ofereça suporte ainda mais personalizado para indivíduos com dificuldades de comunicação, transformando a forma como tais pacientes se expressam e interagem.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)
