Novo presidente do INSS gera críticas no governo por luxo e contraste social
Brasília — InkDesign News — A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram em 23 de outubro uma investigação que revelou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Cinco executivos da autarquia, incluindo o diretor substituto de benefícios e o procurador-geral, foram afastados sob suspeita de envolvimento em desvios que ultrapassam R$ 6,3 bilhões, afetando aposentados e pensionistas.
Contexto político
O escândalo foi desencadeado por um conjunto de auditorias e denúncias acumuladas desde 2019, que inicialmente indicavam fraudes externas ao INSS. A operação batizada de “Sem Desconto”, conduzida pela CGU e PF, evidenciou, contudo, participação direta de servidores internos. Segundo o presidente recém-empossado do INSS, Gilberto Waller, a falha maior reside na ausência de mecanismos rígidos de controle e compliance dentro da instituição. Entre as irregularidades descobertas estão descontos não autorizados em benefícios, geridos por entidades que não possuíam estrutura operacional legítima para oferecer os serviços contratados.
Reações e debates
Gilberto Waller, à CNN, destacou a gravidade da situação e a necessidade de melhorias institucionais:
“Até então, os relatórios de auditoria apontavam como se a fraude fosse externa ao INSS, sem nenhuma participação. Quando foi desvendada essa Operação Sem Desconto, importante operação feita pela CGU e pela Polícia Federal, um escândalo desde 2019 com falhas e com reclamação do cidadão sobre esse tipo de procedimento, a gente verifica que tinha uma participação interna, uma participação direta de alguém, um desvio de poder.”
— Gilberto Waller, presidente do INSS
O líder ressaltou também a importância da segregação de informações sensíveis para evitar que uma única pessoa detenha dados sigilosos sem justificativa adequada, em consonância com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
“Não pode uma única pessoa pegar uma listagem de segurados. Não pode uma única pessoa ter informações que são sigilosas. Pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), a gente tem que perguntar: para que você quer essa informação? Por que você tem acesso a esse tipo de informação?”
— Gilberto Waller, presidente do INSS
Desdobramentos e desafios
O esquema fraudulento decorreu da ausência de acordos formais e autorizações prévias para descontos em folha de pagamento, práticas que oneraram centenas de milhares de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A repercussão do caso impulsiona a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o ocorrido, com potencial para promover reformas na governança do INSS e aprimorar o compliance na administração pública.
Além disso, a exposição dos investigados, que exibiam patrimônio incompatível com seus vencimentos, incluindo veículos de luxo e imóveis, reforça o clamor por maior transparência e rigor no controle dos cargos de gestão pública. O desafio do governo será implementar sistemas de fiscalização que evitem a repetição de irregularidades e restabeleçam a confiança dos beneficiários no instituto.
O caso abre um debate mais amplo sobre a necessidade de reformas institucionais que garantam segurança jurídica e proteção aos direitos dos segurados do INSS, além de estabelecer práticas eficazes de gestão e fiscalização de recursos públicos.
Fonte: (CNN Brasil – Política)
