São Paulo — InkDesign News — Astrônomos utilizaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) como uma máquina do tempo para observar a formação das primeiras galáxias, 1 bilhão de anos após o Big Bang, revelando estruturas antes invisíveis no cosmos.
Detalhes da missão
A pesquisa faz parte do CRISTAL (CII Resolved ISM in STar-forming galaxies with ALMA), que analisou 39 galáxias típicas em formação estelar, representando a principal população galáctica de um universo de 13,8 bilhões de anos. Os dados foram obtidos em uma série de observações para mapear a estrutura interna dessas galáxias, coletados no deserto do Atacama, no Chile.
Tecnologia e objetivos
O ALMA é composto de 66 antenas de rádio que capturam a emissão de átomos de carbono ionizado em gases interestelares frios, denominado emissão da linha [CII]. Este método atua como um traçador de gás e poeira frios, permitindo a análise detalhada da química e da física de ambientes galácticos em regiões onde novas estrelas se formam. Participando da análise, o telescópio James Webb e o Hubble forneceram dados complementares.
“Graças à sensibilidade e resolução únicas do ALMA, podemos resolver a estrutura interna dessas galáxias primordiais de maneiras nunca antes possíveis.
(“Thanks to ALMA’s unique sensitivity and resolution, we can resolve the internal structure of these early galaxies in ways never possible before.”)— Rodrigo Herrera-Camus, Investigador Principal, CRISTAL
Próximos passos
Os resultados do CRISTAL indicam a presença de gás frio adicional fora das galáxias, o que pode levar à formação de novas estrelas. A próxima etapa incluirá investigações adicionais sobre as condições físicas dentro das galáxias, particularmente em dois casos notáveis: CRISTAL-13 e CRISTAL-10, cujas características únicas sugerem novas dinâmicas e interações. Esses estudos são essenciais para entender a evolução das galáxias modernas.
“Observações como essas destacam o potencial do ALMA como uma máquina do tempo, permitindo que espiemos nas idades iniciais do universo.
(“These observations highlight ALMA’s potential as a time machine, allowing us to peer into the early ages of the Universe.”)— Sergio Martín, Chefe de Operações Científicas, ALMA
Essas descobertas não apenas iluminam a história cósmica, mas também preparam o terreno para futuras investigações que poderão desvendar como galáxias turbulentas e caóticas transformaram-se em estruturas ordenadas como a nossa própria Via Láctea.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)
