Descoberta de fóssil de currawong de 19 milhões de anos na Nova Zelândia

São Paulo — InkDesign News — Paleontologistas descreveram uma nova espécie de pássaro passeriforme, baseada em restos fossilizados encontrados na Formação Bannockburn, perto de St Bathans, na Nova Zelândia, datando do início do período Mioceno.
Contexto da descoberta
A nova espécie, denominada currawong de St Bathans (Miostrepera canora), viveu há cerca de 19 milhões de anos, aproximadamente do mesmo tamanho que o pombo australiano (Gymnorhina tibicen) que habita a Nova Zelândia atualmente, mas provavelmente todo preto. A descoberta sugere que os parentes próximos dos pássaros magpie já estavam presentes na região durante períodos pregressos.
Métodos e resultados
Os ossos fossilizados de Miostrepera canora foram encontrados em um local fossilífero que antes era o fundo de um grande lago pré-histórico. “O trabalho revelou que a população de aves da Nova Zelândia na era Miocena tinha semelhanças surpreendentes com a da Austrália hoje”, disse Dr. Paul Scofield, curador sênior no Museu de Canterbury.
Durante a era Miocena, que se estendeu de 20 a 5 milhões de anos atrás, a Nova Zelândia apresentava uma flora e fauna distintas, com uma vegetação que incluía eucaliptos e outras árvores similares às da Austrália contemporânea.
Implicações e próximos passos
Os pesquisadores mencionam que a troca de biodiversidade na região foi intensa, com muitos grupos de plantas e animais chegando entre 2,6 milhões a 11.700 anos atrás. “Devemos celebrar a diversidade que temos atualmente”, reforçou Dr. Trevor Worthy, pesquisador da Universidade Flinders.
“Nós perseguimos o magpie como um australiano que não tem lugar no ecossistema da Nova Zelândia, mas seus parentes próximos viveram aqui no passado.”
(“We persecute the magpie as an Australian that has no place in the New Zealand ecosystem but its close relatives lived here in the past.”)— Dr. Paul Scofield, Curador Sênior, Museu de Canterbury
A descoberta de Miostrepera canora foi publicada na revista PalZ, o que abre novas linhas de pesquisa sobre a evolução das aves na região e a dinâmica das ecologias passadas.
Essa pesquisa acrescenta uma camada importante ao entendimento da transformação ecológica da Nova Zelândia ao longo dos milênios, destacando a continuação das mudanças climáticas e suas implicações na extinção e na diversidade biológica.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)