
Rio de Janeiro — InkDesign News — A 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ouviu nesta quinta-feira, 26 de outubro de 2023, testemunhas no processo que investiga a morte do contraventor Fernando Iggnacio, executado em 10 de novembro de 2020 no Recreio dos Bandeirantes.
Contexto jurídico
O caso de Fernando Iggnacio, executado com tiros de fuzil, é emblemático no cenário da criminalidade organizada no Rio de Janeiro. Iggnacio, que era genro de Castor de Andrade e um dos nomes ligados ao jogo do bicho, teve sua morte marcada por desavenças dentro da própria organização criminosa. A acusação recai sobre Rogério de Andrade, apontado como mandante do crime, e Gilmar Eneas Lisboa, ex-policial que teria monitorado a vítima. As investigações coletaram evidências, incluindo material digital e testemunhos de autoridades policiais e funcionários de empresas do setor aéreo.
Argumentos e precedentes
Durante a audiência, as teses de defesa foram centradas na alegação de falta de provas contundentes contra Rogério Andrade e Gilmar Lisboa. O Ministério Público, no entanto, sustenta que a conexão entre os acusados e a morte de Iggnacio é robusta, amparada por depoimentos de testemunhas e análises tecnológicas. O policial civil Luciano Konig Diniz, do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, destacou a importância da análise telemática na apuração do caso:
“A análise de dados digitais é crucial para entender a dinâmica do crime”
(“The analysis of digital data is crucial to understanding the dynamics of the crime”)— Luciano Konig Diniz, Policial Civil, Gaeco
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Impactos e desdobramentos
A morte de Iggnacio e o subsequente julgamento impactam significativamente o cenário do crime organizado no Brasil, especialmente no que diz respeito à luta pelo poder no jogo do bicho. As disputas internas resultaram em mais de 50 mortes, conforme apontado pela Justiça. A análise contínua de provas e a diligência da polícia podem estabelecer precedentes importantes para o tratamento de crimes relacionados a organizações criminosas. O juiz responsável pelo caso deverá marcar nova audiência após a conclusão da perícia solicitada pela defesa, envolvendo um celular apreendido com um suspeito de custear o crime.
Os desdobramentos deste caso podem influenciar futuras decisões sobre a legislação que envolve a criminalidade organizada e a cooperação entre diferentes esferas do poder judiciário e policial, trazendo uma necessidade urgente de reformulação das políticas de combate ao crime no país.
Fonte: (Agência Brasil – Justiça)