Estudo indica que explosão cambriana ocorreu milhões de anos antes

São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela detalhes sobre o perfil corporal de organismos do período Ediacarano-Cambriano, utilizando fósseis de traços como proxies para fósseis corporais, lançando nova luz sobre a biodiversidade dessa era.
Contexto da descoberta
A chamada explosão Cambriana é reconhecida como um período na história da Terra onde os planos corporais de animais surgem repentinamente. Estudos anteriores indicam que esse evento ocorreu entre 541 milhões e 530 milhões de anos atrás, no início do período Cambriano. No entanto, os pesquisadores Olmo Miguez Salas, da Universitat Barcelona, e Zekun Wang, do Museu de História Natural de Londres, afirmam que “a explosão Cambriana é um período único na história da vida que apresenta muitas dúvidas não respondidas” (“The Cambrian explosion is a unique period in the history of life that poses many unanswered questions”).
Métodos e resultados
Na pesquisa, os autores focaram na análise de fósseis de traços durante a transição Ediacarano-Cambriano, uma fase importante na evolução da vida complexa na Terra. Durante essa transição, houve uma mudança drástica na biodiversidade e na estrutura dos organismos. Os dados indicam que organismos com perfis corporais delgados prosperaram cerca de 545 milhões de anos atrás, durante o período Ediacarano.
Os pesquisadores sugerem que esses organismos poderiam ter corpos hidrostáticos coelômicos, com um eixo anteroposterior, músculos e provavelmente segmentação. Eles também poderiam se mover de forma direcionada e apresentar capacidades sensoriais, adaptando-se a ambientes dominados por biofilmes microbianos.
“Portanto, a chamada explosão Cambriana e suas implicações evolutivas podem ter ocorrido muito antes do que se estimava”
(“Therefore, the so-called Cambrian explosion and its evolutionary implications may have occurred much earlier than estimated”).— Olmo Miguez Salas, Pesquisador, Universitat Barcelona
Implicações e próximos passos
Essas descobertas oferecem uma nova perspectiva sobre a evolução dos organismos multicelulares, sugerindo que as adaptações em perfil corporal e mobilidade permitiram que os primeiros animais sobrevivem em ambientes dinâmicos e complexos. Além disso, esses achados levantam questões sobre as raízes da diversidade animal moderna e as condições em que a vida complexa se originou.
O estudo abre caminho para investigações futuras que poderiam explorar ainda mais a interação entre os organismos e seus ambientes durante este crucial período evolutivo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)