
São Paulo — InkDesign News — Uma nova descoberta astronômica capturada pelo Telescópio Espacial Hubble revelou detalhes inéditos da galáxia espiral intermediária NGC 3596, localizada a cerca de 90 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Leão. A análise avança a compreensão sobre a estrutura e formação dos braços espirais dessas galáxias.
Contexto da descoberta
A galáxia NGC 3596, também catalogada como LEDA 34298, UGC 6277 e HIPASS J1115+14, integra os grupos Leo II, aglomerados galácticos conectados ao superaglomerado de Virgem. Descoberta pelo astrônomo alemão-britânico William Herschel em 1784, a NGC 3596 apresenta uma orientação quase perpendicular ao nosso ponto de vista, permitindo um exame detalhado de seus braços espirais.
Este posicionamento favorece o estudo das regiões onde estrelas, gás e poeira se concentram, localizadas nos braços luminosos da galáxia. A superfície da NGC 3596 é composta por áreas de formação estelar visíveis em tons rosas brilhantes e a presença de estrelas jovens na cor azul.
Métodos e resultados
A imagem da galáxia foi produzida pelo equipamento Wide Field Camera 3 (WFC3) do Hubble, utilizando espectros ultravioletas, ópticos e infravermelhos próximos. Foram obtidos dados através de seis filtros monocromáticos, que, combinados com diferentes tonalidades coloridas, criaram uma imagem que evidencia contrastes nas estruturas observadas.
Essa técnica espectral permite mapear com detalhes as regiões de maior densidade de matéria e atividade de formação estelar na NGC 3596. De acordo com os pesquisadores do Hubble, “NGC 3596 aparenta estar quase perfeitamente de frente para a Terra, mostrando os braços espirais cuidadosamente enrolados da galáxia” (
“NGC 3596 appears almost perfectly face-on when viewed from Earth, showcasing the galaxy’s neatly wound spiral arms.”
— Astrônomos do Hubble, NASA / ESA
).
Além disso, o fenômeno dos braços espirais permanece um desafio teórico, conhecido como o “problema do enrolamento”, que questiona como esses braços permanecem visíveis mesmo com a rotação galáctica. Atualmente, acredita-se que eles não são estruturas fixas, mas sim zonas de alta e baixa densidade pelas quais o material passa, semelhante a um congestionamento de trânsito onde as estrelas, gás e poeira desaceleram e se acumulam temporariamente.
Implicações e próximos passos
A observação detalhada da NGC 3596 contribui para a compreensão dos processos físicos que formam e mantêm os braços espirais em galáxias intermediárias. O estudo também oferece insights para modelos que consideram a diversidade observada em galáxias espirais — que podem apresentar desde braços bem definidos até estruturas irregulares, com ou sem barras centrais.
Esses dados reforçam a importância de imagens multiespectrais para entender a complexidade das galáxias e o papel dos ambientes locais e dinâmicas internas na formação estelar.
“Agora, pesquisadores acreditam que os braços espirais representam um padrão de áreas de alta e baixa densidade, não uma estrutura física fixa,” disseram os pesquisadores (
“Now, researchers believe that spiral arms represent a pattern of high-density and low-density areas rather than a physical structure.”
— Astrônomos do Hubble, NASA / ESA
).
A continuidade dessas investigações poderá esclarecer aspectos fundamentais da evolução galáctica e oferecer suporte para a análise de outros sistemas estelares complexos, além de melhorar a compreensão dos processos dinâmicos das galáxias próximas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)