Machine learning identifica mentirosos com eficácia científica

Machine Learning revela-se eficaz na detecção de mentiras
Pesquisadores da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, demonstraram que técnicas de machine learning, especificamente redes neurais convolucionais (CNNs), superam métodos tradicionais na detecção de mentiras e decepções em interações humanas.
Contexto da pesquisa
O estudo analisou uma variedade de abordagens para detectar fraudes, com foco em técnicas que utilizam inteligência artificial (IA). Os autores realizaram uma busca abrangente em bases de dados como Google Scholar e Elsevier, revisando publicações de 2012 a 2023 que abordassem a detecção de decepção.
Método proposto
A pesquisa baseou-se em redes neurais convolucionais (CNNs), que são uma categoria de algoritmos de deep learning. O modelo foi aplicado a um conjunto de dados que incluía 121 vídeos curtos, permitindo que os investigadores comparassem interações verdadeiras e enganosas. Os autores enfatizam que, embora as técnicas tradicionais tenham seu valor, as abordagens de IA apresentam maior eficiência na identificação de mentiras.
Resultados e impacto
Os cientistas identificaram 98 artigos relevantes que atendiam aos critérios de uso de machine learning e análises de dados. A pesquisa constatou que as mentiras estão presentes cotidianamente, com indivíduos frequentemente utilizando pequenos artifícios para evitar desconfortos sociais.
“Através de nossa meta-análise, identificamos um total de 98 trabalhos publicados que atendiam aos nossos critérios.”
(“Through our meta-analysis, we identified a total of 98 published papers that met our criteria.”)— Hagar Elbatanouny, Pesquisadora, Universidade de Sharjah
Os resultados destacam que aproximadamente metade dos estudos revisados foi publicada em 2019 ou posteriormente, indicando um crescimento recente no interesse por este campo. Apesar dos avanços, os autores apontam limitações, como a incapacidade dos algoritmos de machine learning de levar em consideração diferenças culturais, linguísticas e de gênero, afetando a generalização dos achados para diversas populações.
O estudo recomendou o uso de dados que incluem variações linguísticas e culturais no desenvolvimento de modelos mais robustos para detecção de mentiras. Eles sugerem que, num futuro próximo, novas abordagens poderão melhorar a precisão e a eficácia dos métodos de IA na identificação de fraudes em contextos legais e clínicos.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)