
São Paulo — InkDesign News —
Uma poderosa e intrigante explosão de ondas de rádio, inicialmente identificada como um “fast radio burst” (FRB) proveniente de além dos limites da Via Láctea, revelou-se, na verdade, uma emissão de um satélite da NASA chamado Relay 2, que já está inativo desde 1967.
Detalhes da missão
O Relay 2 foi lançado em 1964 como parte do programa Relay da NASA. Este satélite operou em órbita terrestre média até 1965, mas teve seus sistemas totalmente falhados até 1967. A detecção da emissão ocorreu em junho de 2024, quando o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) estava realizando uma varredura do céu no hemisfério sul. A explosão de rádio, que durou menos de 30 nanosegundos, foi notável por seu brilho intenso, suficiente para suprimir outros sinais.
Tecnologia e objetivos
O ASKAP, um dos mais avançados telescópios de rádio, foi capaz de identificar a emissão incomum. O astrofísico Adam Deller, membro da equipe de pesquisa, comentou:
“Esta foi uma descoberta casual enquanto buscávamos FRBs, que se originam em galáxias distantes.”
(“This was a chance discovery made when looking for FRBs, which originate in distant galaxies.”)— Adam Deller, Astrofísico, Swinburne University of Technology
A detecção inicial levantou questões sobre a natureza dessa emissão, dado que FRBs autênticos originam-se de bilhões de anos-luz de distância, enquanto o Relay 2 estava cerca de 4.500 quilômetros da Terra.
Próximos passos
Embora a equipe tenha descartado a possibilidade de que o Relay 2 estivesse transmitindo intencionalmente, a origem do sinal continua um mistério. O cientista Clancy W. James levantou a hipótese de que um “descarga eletrostática” possa ter causado o fenômeno, enquanto outra possibilidade sugere a colisão com um micrometeorito. James afirmou:
“Que causou esse sinal do Relay 2? Essa é uma boa pergunta. Não sabemos!”
(“What caused this signal from Relay 2? That’s a good question. We don’t know!”)— Clancy W. James, Instituto de Radioastronomia da Curtin University
O impacto dessa descoberta poderá auxiliar futuras investigações sobre satélites e fenômenos astrofísicos, permitindo uma melhor monitorização de emissões que possam confundir astronomas.
Esta descoberta sublinha a complexidade e a singularidade das emissões de rádio no universo e como eventos aparentemente simples podem revelar novas facetas da exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)